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Setor de maquininhas reduz crédito ao varejo e teme inadimplência

Setor de maquininhas reduz crédito ao varejo e teme inadimplência

O tombo do varejo freou também o mercado de maquininhas de cartão, e as cinco principais empresas do setor já reduzem o crédito via antecipação de recebíveis a lojistas e indicam preocupação

Publicado em 4 de junho de 2020 às 15:28

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Pagamento com cartão de crédito
Setor de maquininhas reduz crédito ao varejo e teme inadimplência. (Freepik)

O tombo do varejo freou também o mercado de maquininhas de cartão, e as cinco principais empresas do setor -Cielo, Getnet, PagSeguro, Rede e Stone- já reduzem o crédito via antecipação de recebíveis a lojistas e indicam preocupação com provável aumento da inadimplência.

Lojistas perceberam -e reclamaram- logo no início da pandemia da maior dificuldade de acesso a financiamento.

De acordo com dados do Banco Central, as concessões de crédito por antecipação de recebíveis caíram 61,6% em abril em comparação a março, para R$ 11,9 bilhões -o menor patamar desde maio de 2018. Já os empréstimos com descontos de duplicatas tiveram queda de 44,1%, para R$ 25,1 bilhões.

Antecipação de recebível existe quando um lojista vende no cartão de crédito (à vista ou parcelado). Geralmente ele leva 30 dias para receber pela venda, mas, se quiser antes o dinheiro, antecipa com a empresa de maquininha o valor, pagando uma taxa.

Essa é uma das receitas das empresas de maquininhas -as outras são a taxa paga a cada transação e a receita com aluguel e venda de aparelhos.

Mas a antecipação de recebíveis encolhe não somente pela maior seletividade na concessão do crédito mas também pela queda nas receitas dos lojistas, que, sem vendas, também não têm recebíveis a adiantar.

Analistas que acompanham as empresas listadas em Bolsa (Cielo, PagSeguro e Stone) já haviam cortado projeções para os resultados deste ano. Mariana Taddeo e Kaio Prato, do UBS, estimaram queda de 20% no volume de transações neste ano, considerando a média das operações que passam pelas maquininhas das três companhias.

"Esperamos que os gastos do consumidor permaneçam fracos, uma vez que o isolamento e o distanciamento social podem continuar naturalmente [mesmo com a reabertura da economia] e que há um aumento do desemprego, enquanto os salários diminuem", afirmaram em relatório.

Segundo os analistas do UBS, o setor pode se recuperar conforme o varejo reabre. Enfrentará, porém, o risco da crise sobre os pequenos negócios.

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