> >
Prejuízo do Nubank supera R$ 500 milhões até setembro de 2021

Prejuízo do Nubank supera R$ 500 milhões até setembro de 2021

Fintech prevê que perdas continuarão no curto prazo, frente aos investimentos planejados. Banco digital informou que, no período de nove meses até setembro, incorreu em prejuízo R$ 561,7 milhões

Publicado em 3 de novembro de 2021 às 17:44

Ícone - Tempo de Leitura min de leitura
Nubank vai manter funcionários trabalhando em casa
Nubank vai manter funcionários trabalhando em casa. (Divulgação/Nubank)

Em meio ao processo de abertura de capital (IPO) nas Bolsas de Valores dos EUA e do Brasil, o Nubank tem tido dificuldades para manter a operação no azul até aqui.

O banco digital informou no prospecto a respeito da oferta de ações divulgado nesta segunda (1º) que, no período de nove meses até setembro de 2021, incorreu em prejuízo de US$ 99,1 milhões (R$ 561,7 milhões), considerando as operações tanto no Brasil, como também no México e na Colômbia.

No início de outubro, o Nubank havia anunciado ter alcançado seu primeiro lucro, de R$ 76 milhões, no primeiro semestre, mas que considerou apenas a operação no Brasil.

O resultado do grupo como um todo de janeiro a setembro deste ano representa um aumento de prejuízo de US$ 34,7 milhões (R$ 196,7 milhões), ou cerca de 53,8%, quando comparado ao valor de US$ 64,4 milhões (R$ 365,07 milhões) verificado no período de nove meses encerrado em 30 de setembro de 2020.

No ano passado, o prejuízo foi de US$ 171,5 milhões (R$ 972,2 milhões). Em 2019 e 2018, ele foi de US$ 92,5 milhões (R$ 524,36 milhões) e US$ 28,6 milhões (R$ 162,12 milhões), respectivamente.

"Precisaremos gerar e sustentar um aumento de níveis de receitas e diminuir as despesas proporcionais futuramente para alcançar a rentabilidade. Antecipamos que continuaremos a incorrer em perdas a curto prazo como resultado dos investimentos significativos esperados em nosso negócio", diz o Nubank no prospecto da oferta.

Apesar dos resultados, as despesas para a atração de clientes não parecem ser um problema -faz parte da estratégia do banco digital para atrair investidores para a oferta pública de ações a distribuição de um valor de até R$ 225 milhões para a compra de BDRs para os clientes.

BDR é a sigla para Brazilian Depositary Receipts, certificados de depósito de valores mobiliários emitidos no Brasil, que representam ações negociadas no exterior.

"O Nu destinará entre R$ 180 milhões e R$ 225 milhões para a compra de BDRs para os clientes, que poderão se inscrever a partir do dia 9 de novembro de 2021 por meio do aplicativo", diz o comunicado do Nubank.

O prospecto informa também que a instituição financeira firmou um contrato de R$ 35,9 milhões de prestação de serviços e direito de uso de nome com a Rodamoinho Produtora de Eventos, criada em 2014 pela cantora Anitta, que passou a integrar em junho o conselho de administração do Nubank.

Procurada, a fintech disse não ter nada a comentar.

De acordo com o prospecto, a estimativa de preço por ação classe A na oferta na Nyse, a Bolsa de Valores de Nova York, está entre US$ 10 (R$ 56,68) e US$ 11 (R$ 62,35). Já os BDRs devem ser negociados entre R$ 9,35 e R$ 10,29. Ao todo, a oferta global deve movimentar US$ 3 bilhões (R$ 16,8 bilhões).

No documento, o banco aponta que, apesar dos prejuízos recorrentes, conseguiu aumentar a base de clientes e a receita a altas taxas de crescimento anual.

O Nubank encerrou setembro com cerca de 48,1 milhões de clientes, o que representa um aumento de aproximadamente nove vezes em relação aos 5,2 milhões em setembro de 2018

O banco informa que no intervalo de três meses encerrado em setembro de 2021, adicionou uma média de 2 milhões de novos clientes por mês no Brasil, México e Colômbia.

O documento dá conta ainda de processo instaurado em 14 de outubro de 2021 pela Getnet, que pleiteia que a Nu Pagamentos e a Mastercard Brasil reduzam a, no máximo, 0,5% ou 0,8%, a tarifa de intercâmbio cobrada sobre o valor de cada operação de venda e compra efetuada nas "maquininhas" Getnet por meio de cartões pré-pagos da empresa do Nubank.

A Getnet, do Santander, alega suposta dependência econômica em relação ao arranjo de pagamento da Mastercard e que, por isso, não possuiria liberalidade para deixar de contratar a Nu Pagamentos. Além disso, a Getnet busca a reparação dos prejuízos supostamente causados por conta da referida operação com a atual taxa de intercâmbio, aos quais atribuiu o valor de R$ 64 milhões.

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais