Publicado em 19 de fevereiro de 2020 às 15:37
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), rebateu nesta quarta-feira (19) críticas do ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Augusto Heleno, ao Congresso e qualificou o militar de radical ideológico contra a democracia.>
Na terça-feira (18), general Heleno afirmou que o Congresso estava chantageando o Executivo, em falas captadas em transmissão ao vivo da presidência da República durante cerimônia de hasteamento da bandeira no Palácio do Planalto.>
?Não podemos aceitar esses caras chantageando a gente. Foda-se?, afirmou, em relação ao Orçamento de 2020. Heleno defendeu que o presidente deixasse claro à população que está sofrendo uma pressão e ?não pode ficar acuado?.>
Maia, após qualificar a frase do ministro como ?infeliz?, afirmou que Heleno estava falando como um ?jovem, um estudante, no auge da sua idade, da sua juventude?.>
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?Uma pena que um ministro com tantos títulos tenha se transformado num radical ideológico contra a democracia, contra o Parlamento. É muito triste?, afirmou.>
O presidente da Câmara também alfinetou Heleno e disse não ter visto nenhum ataque ao Congresso quando os parlamentares estavam ?votando o aumento do salário dele como militar da reserva".>
?Então quero saber dele se ele acha que o Parlamento foi chantageado por ele ou por alguém para votar ou chantageou alguém para votar o projeto de lei das Forças Armadas?, ironizou.>
Maia sugeriu ainda que o ministro-chefe do GSI estaria melhor ?num gabinete de rede social, tuitando, agredindo, como muitos fazem, como ele tem feito ao Parlamento nos últimos meses?. Além disso, reiterou o papel do Congresso na aprovação de medidas importantes para o governo, como a reforma da Previdência.>
?Esse Parlamento, se quisesse apenas deixar as pautas correrem soltas, o governo não ganhava nada aqui dentro. Tudo é feito com responsabilidade?, complementou.>
O pano de fundo para o atrito entre Heleno e Maia é a votação do Orçamento Impositivo. Sem consenso, sem o envio ao Parlamento de um projeto prometido pelo Executivo e com a desconfiança de partidos que obstruíram a sessão, a votação do veto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi adiada para depois do Carnaval, sem que uma data tenha sido definida.>
Em dezembro do ano passado, o Congresso aprovou uma alteração na Lei de Diretrizes Orçamentárias para garantir que o governo fosse obrigado a executar as emendas de autoria do relator-geral do Orçamento 2020, deputado Domingos Neto (PSD-CE), no valor de R$ 30,1 bilhões. Também seria obrigatório o empenho de R$ 687 milhões em emendas de comissões temáticas da Câmara e do Senado.>
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