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"Houve sensibilidade da categoria", diz ministro sobre greve de caminhoneiros

"Houve sensibilidade da categoria", diz ministro sobre greve de caminhoneiros

O ministro avalia, ainda, que a solução para a demanda dos caminhoneiros não depende somente do governo federal

Publicado em 2 de fevereiro de 2021 às 09:28- Atualizado Data inválida

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Ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas
Ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, fala sobre greve de caminhoneiros. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, avalia que a baixa adesão à greve dos caminhoneiros revela "sensibilidade" do setor, que tem enfrentado problemas como outras categorias por causa da pandemia do novo coronavírus.

Entre as reivindicações da classe estão a falta de efetividade da aplicação do piso mínimo de frete, o preço do óleo diesel e as regras para a aposentadoria de motoristas.

"Está ruim para o transporte escolar. Está ruim para o setor de serviços. Enfrentamos uma pandemia. Houve sensibilidade por parte da categoria, que está muito mais madura", disse o ministro.

O movimento, que teve início nesta segunda-feira (1º), registrou poucos problemas nas rodovias federais.

"O caminhoneiro não se sentiu representado por essas entidades. Ele entende a sua relevância dentro de um cenário maior. Sabemos que a situação está ruim para o caminhoneiro", disse.

O ministro avalia, ainda, que a solução para a demanda dos caminhoneiros não depende somente do governo federal. Segundo Tarcísio, é preciso uma organização maior da categoria e uma busca por um modelo de negócio mais profissional.

"Uma busca pelo equilíbrio nas relações entre entes privados. E isso só será possível com o crescimento da economia. O caminhoneiro entende isso. Essa é a diferença entre toda uma classe que está disposta a dialogar e que encontra as portas abertas no governo e alguns dirigentes que tentaram criar um movimento sem qualquer sintonia com o setor", afirmou.

A declaração foi dada ao jornal Folha de S.Paulo na noite desta segunda-feira após o primeiro dia de greve, que contou com baixa adesão no país.

Dos 871 km percorridos de carro no estado de São Paulo entre o início da manhã e o começo da tarde desta segunda nenhum bloqueio de via foi encontrado ao longo do percurso. A reportagem da Folha viajou até Taubaté, Atibaia e Santos. Circulou também por trechos das rodovias Presidente Dutra, Régis Bittencourt, Castello Branco, Bandeirantes, Anchieta, Fernão Dias e o pelo Rodoanel.

As Justiças de São Paulo, do Rio de Janeiro e do Paraná proibiram o bloqueio de vias em seus respectivos territórios. A própria Polícia Federal Rodoviária esperava maior movimentação e montou uma operação especial para esta segunda.

"A PRF está monitorando tudo a partir do centro integrado de controle em Brasília, todas as rodovias federais do país inteiro. O monitoramento é feito tanto pela equipe que está no centro, quanto pelas equipes que estão nos estados, e a comunicação é constante", afirmou Anderson Poddis, da comunicação da força.

Apesar da baixa adesão, José Roberto Stringasci, presidente da Associação Nacional de Transporte do Brasil (ANTB), uma das entidades que convocou a paralisação, disse que o movimento ainda vai aumentar. "Creio que até o fim da semana a gente já tenha um bom volume de caminhões parados em todo o Brasil".

A greve dos caminhoneiros teve início sem um consenso de toda a categoria e enfrenta oposição de grupos patronais e do setor produtivo.

O presidente da Associação Brasileira de Condutorets de Veículos Automotores (Abrava) e um dos principais líderes da greve de 2018, Wallace Landim, conhecido como Chorão, não aderiu à paralisação.

"Grupos aproveitam o movimento de luta de garantia e cumprimento da lei dos caminhoneiros e redução dos impostos dos combustíveis para incluir pautas políticas, como fora Doria, fora Bolsonaro e fechamento do STF. Dessa maneira a Abrava não participará da paralisação".

A lista de reivindicações ao governo chegava a dez itens e a expectativa era que em até três dias, 80% dos motoristas autônomos embarcassem em um movimento semelhante ao de 2018, que durou 11 dias, parou o país e ainda ajudou a eleger o então candidato do PSL. No entanto, não foi o que se viu pelas estradas, nem no discurso do presidente, que pede que a categoria não se mobilize.

O general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), se manifestou nas redes sociais sobre a greve desta segunda, prometendo buscar recursos legais para ajudar o setor.

"Governo Federal respeita as aspirações dos caminhoneiros. Pres Rep e Min da Infraestrutura têm grande apreço pela categoria. Vão buscar, junto à área econômica, recursos legais para reduzir despesas que recaem sobre esses abnegados trabalhadores, essenciais ao dia a dia do país", disse na publicação.

Alguns petroleiros se mobilizaram contra o preço dos combustíveis, a venda de refinarias, terminais e demais ativos, além de pedidos de vacinação e críticas ao presidente Jair Bolsonaro. Eles organizaram atividades em unidades da Petrobras no estado, se concentrando principalmente na Ilha do Governador.

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