> >
Petrobras diz não ter culpa por insatisfação de caminhoneiros

Petrobras diz não ter culpa por insatisfação de caminhoneiros

Segundo o presidente da Petrobras, Castello Branco, os autônomos utilizam veículos com idades em torno de 20 anos, o que resulta em um alto consumo de diesel

Publicado em 29 de janeiro de 2021 às 07:52- Atualizado Data inválida

Ícone - Tempo de Leitura min de leitura
Sede da Petrobras no Rio de Janeiro
Sede da Petrobras no Rio de Janeiro. (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, afirmou que o aumento de custos para os caminhoneiros e transportadoras não se deve ao reajuste do preço dos combustíveis, mas à idade das frotas de veículos e às condições das estradas brasileiras.

Por isso, a questão não seria um "problema da Petrobras", disse o executivo em evento nesta quinta-feira (28). Grupos de caminhoneiros planejam uma greve para segunda-feira (1º).

Segundo Castello Branco, os autônomos utilizam veículos com idades em torno de 20 anos, o que resulta em um alto consumo de diesel, além de implicar gastos maiores com manutenção. "Trata-se de problema de excesso de oferta, não da Petrobras."

Ele também culpou a qualidade das estradas, mesmo as pedagiadas. "Por exemplo, a Rio-Petrópolis, que é pedagiada, de péssima qualidade. Imagine as que não são pedagiadas, muitas delas de terra, que impõem custos muito altos aos transportadores de carga", afirmou. "Um problema que não é da Petrobras."

A insatisfação da categoria com o preço do diesel - que sofreu reajuste de 4,4% nas refinarias, anunciado pela estatal na terça (26)-- é um dos motivos alegados para a manifestação. A política de preços da estatal segue a cotação internacional do petróleo.

A Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), que até a semana passada minimizava as chances de uma uma greve nacional, passou a apoiar o movimento, liderado por motoristas que se dizem pouco representados pelos líderes de paralisações anteriores.

Na quarta (27), o presidente Jair Bolsonaro fez um apelo para que os caminhoneiros não entrem em greve.

"É interessante, alguns acham que a Petrobras cobra preços elevados e outros acham que tem preços predatórios", afirmou Castello Branco, em referência à reclamações de importadores de que os preços da estatal estariam defasados em relação aos praticados no mercado internacional.

A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) chegou a protocolar uma reclamação no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) contra a estatal.

"Produtores de petróleo como Canadá e México produzem mais que nós e com preço 25% superior ao nosso. Na Europa, em países como Bélgica, França, Alemanha, o diesel do consumidor é mais que o dobro do Brasil", rebateu Castello Branco.

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais