Publicado em 6 de abril de 2021 às 17:34
- Atualizado há 5 anos
Pressionado por empresários, o governo deve apresentar ao Congresso um pedido de flexibilização da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2021 para destravar o programa que permite corte de jornadas e salários de trabalhadores, além da suspensão temporária de contratos. >
A medida emergencial na área de emprego está parada por causa de questões técnicas, que geraram divergências internas no Ministério da Economia.>
O LDO de 2021 foi aprovada no fim do ano passado com um dispositivo que obriga o governo a compensar novos gastos por meio de aumento de receitas, como reajuste de tributo, ou redução de despesas em outras áreas.>
O novo programa implicará em aumento de despesa porque, assim como em 2020, o trabalhador afetado pelo corte de remuneração receberá uma ajuda parcial em dinheiro do governo, batizada de BEm (Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego).>
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O custo da medida neste ano, segundo o ministro Paulo Guedes (Economia), deve ficar entre R$ 7 bilhões e R$ 8 bilhões. Técnicos da pasta, no entanto, afirmam que o valor pode chegar a R$ 10 bilhões.>
Uma ala do ministério entende que o novo programa, por não estar previsto no Orçamento deste ano, é uma nova despesa. Por isso, segundo define a LDO, precisa de compensação.>
A avaliação na pasta é que em um momento como este, com necessidade de enfrentamento da pandemia, não faz sentido exigir compensação para uma medida considerada emergencial.>
De acordo com uma fonte do ministério, já está pronto o projeto que será enviado ao Congresso para pedir a mudança na LDO e dispensar essa medida compensatória.>
A ideia é que o Congresso avalie e aprove esse projeto para, em seguida, o governo editar a MP (Medida Provisória) que vai instituir o programa de emprego.>
Ao exigir a compensação pelo aumento de despesas, a LDO tem impedido que o Ministério da Economia possa conseguir os recursos para bancar o programa trabalhista emergencial, cujo objetivo é evitar demissões em massa em meio à crise da Covid-19.>
Outra opção que estava em debate na equipe econômica era decretar calamidade pública em 2021, o que retiraria amarras e barreiras fiscais, como foi feito no ano passado. Mas, na avaliação de Guedes, isso poderia abrir brecha para uma forte expansão de gastos nos próximos meses, o que ele quer impedir.>
A empresários, o BEm chegou a ser prometido ainda em março, mas atrasou por causa dos entraves orçamentários.>
Guedes afirma que o programa será financiado por créditos extraordinários. Esses recursos são liberados em situação de urgência e não são contabilizados no teto de gastos. Essa regra limita o crescimento das despesas do governo à variação da inflação.>
A equipe do ministro chegou a elaborar uma proposta que reduziria o gasto com a medida. Mas, como envolvia uso de parte dos recursos do seguro desemprego, o plano foi barrado dentro do governo.>
Empresários afetados por medidas de contenção da propagação do coronavírus, como o fechamento de bares e restaurantes, cobram do Ministério da Economia a renovação do programa trabalhista.>
No ano passado, o governo estimou que 24,5 milhões de trabalhadores teriam o contrato suspenso ou jornada e salário reduzidos. Ao fim do programa, no entanto, o total de trabalhadores que firmaram esses acordos ficou em 9,8 milhões.>
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