Publicado em 7 de novembro de 2019 às 18:12
Agência FolhaPress- O Ministério da Economia elevou a previsão oficial para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 2019 de 0,85% para 0,9%. Para 2020, a projeção passou de 2,17% para 2,32%.>
A visão expressa pela equipe econômica nas últimas semanas era que fatores como a liberação dos saques do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) levariam a uma melhora nas previsões em novembro para os atuais 0,9%.>
Na visão da pasta, os dados também têm mostrado que os investimentos privados têm sido favorecidos pela melhora no ambiente de negócios decorrente do processo de ajuste nas contas públicas e da queda dos juros. ?Estamos em um processo de recuperação fiscal onde a redução do gasto público favorece o crescimento econômico?, afirmou Adolfo Sachsida, secretário de Política Econômica.>
?O setor privado já mostra um sinal de dinamismo. Antes você tinha um governo liderando o crescimento econômico, que agora é liderado pelo setor privado?, disse.>
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O secretário disse acreditar em uma surpresa positiva para a atividade no ano que vem. ?Os dados mostram hoje que, de maneira consistente, estamos retomando um crescimento de longo prazo de forma sustentável?, afirmou.>
As declarações sobre a retomada de investimentos contrastam com os eventos mais recentes que testaram a disposição de aportes de empresas no país.>
Dois leilões de petróleo feitos pelo governo nesta semana, o da cessão onerosa na quarta-feira (6) e da 6ª rodada de partilha do pré-sal nesta quinta-feira (07), acabaram sem propostas de consórcios liderados pela iniciativa privada.>
Apenas três das nove áreas ofertadas foram arrematadas e, ainda assim, pela estatal Petrobras (sozinha ou liderando consórcios com participação minoritária de chineses). >
Sachsida ponderou afirmando que é preciso averiguar as causas da ausência de propostas privadas nos leilões recentes. ?Temos que olhar se o desenho do leilão foi o mais adequado e o quanto a questão da partilha [modelo em que parte da produção é compartilhada com a União] está afetando?, disse.>
Perguntada sobre onde a retomada dos investimentos privados está sendo observada, a equipe cita setores como o da construção civil. ?Está muito aquecido. Em São Paulo você vê três ou quatro lançamentos por rua?, disse Vladimir Kuhl Teles, subsecretário de Política Macroeconômica.>
Ele diz que o setor de serviços também está em recuperação, graças à liberação de saques do FGTS e à redução da inflação. Além disso, a equipe percebe melhoria no agronegócio.>
O Orçamento de 2019 foi elaborado no ano passado pela equipe econômica do governo de Michel Temer, com uma previsão de crescimento de 2,5%. O mercado estava alinhado à estimativa. As perspectivas, no entanto, começaram a se deteriorar já nos primeiros meses do ano.>
Em março de 2019, a equipe econômica cortou a projeção oficial para 2,2%; em maio, para 1,6%; em julho, para 0,81%; e em setembro, aumentou para 0,85%.>
O mercado atualmente prevê um crescimento de 0,92% para o PIB em 2019, de acordo com o último boletim Focus (compilado pelo Banco Central). Para 2020, a previsão dos analistas é de crescimento de 2%.>
Em tese, o aumento na projeção do PIB eleva a previsão de arrecadação do governo por uma atividade mais aquecida e favorece a liberação de recursos contingenciados. Como a melhora nesse caso é vista no fim do ano, no entanto, o aumento nas receitas é limitado.>
Para a inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a projeção para 2019 diminuiu de 3,62% para 3,26%. No caso do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), de 3,67% para 3,26%. Para 2020, a previsão é de 3,53% para o IPCA e de 3,54% para o INPC.>
No relatório elaborado pela Secretaria de Política Econômica, o Ministério afirma que os novos parâmetros vão servir como base para a modificação do projeto de lei orçamentária anual (PLOA) de 2020 já enviado ao Congresso e para o relatório de avaliação de receitas e despesas do quinto bimestre (que deve liberar recursos, segundo informado nesta semana).>
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