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Empresas mapeiam áreas de desmatamento antes de investir num negócio

Empresas mapeiam áreas de desmatamento antes de investir num negócio

Levantamento foi feito com representantes de 60 diferentes organizações que lidam diretamente com o tema no setor privado

Publicado em 25 de maio de 2021 às 10:44

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Imagens de drone mostram desmatamento em Santa Teresa
Imagens de drone mostram desmatamento em Santa Teresa. (Luciney Araújo/Arquivo AG)

Levantamento feito pela Coalizão Brasil, Clima, Florestas e Agricultura mostra que o setor privado está utilizando dados sobre desmatamento no momento de investir. Pesquisa feita pela entidade revelou que 90% dos executivos já utilizam dados de desmatamento para tomar decisões em seus negócios, informou a Coalizão em nota.

"Esse resultado mostra que o desmatamento deixou de ser apenas um ponto de atenção para se tornar um balizador de decisões de negócio dentro de uma importante fatia do setor agroindustrial e florestal no Brasil", disse a líder da Força-Tarefa Dados de Desmatamento da Coalizão Brasil, Paula Bernasconi.

O mapeamento foi feito com representantes de 60 diferentes organizações que lidam diretamente com o tema no setor privado, entre corporações agroindustriais e florestais, consultorias especializadas que atendem empresas desses setores, instituições financeiras, institutos de pesquisa, órgãos governamentais e não governamentais, de acordo com a Coalizão. O movimento é formado por mais de 280 representantes do agronegócio, setor financeiro, sociedade civil e academia.

A pesquisa revelou também que a maior consulta dos dados de desmatamento é feita para implantação de novos negócios ou operações (64%), monitoramento de fornecedores (36%), monitoramento das áreas produtivas de propriedade da empresa (25%), avaliação de risco de crédito (23%) e monitoramento da carteira de crédito (20%).

"Foram mencionados também o uso para estimar emissões de gases de efeito estufa, analisar riscos regionais de desmatamento, construir argumentos de comunicação e posicionamentos institucionais e elaborar cenários de expansão da soja e da pecuária", afirmou a Coalizão, em nota.

Um a cada quatro executivos (24%) que responderam o levantamento afirmou que utiliza os dados sobre desmatamento diariamente e outros 25% disseram que recorrem mensalmente aos dados, conforme dados da Coalizão. Sobre as fontes de dados, 58% dos participantes disseram que utilizam informações de órgãos oficiais como as produzidas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

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O levantamento também abordou as dificuldades encontradas pelas empresas no uso desses dados. As mais citadas pelos executivos foram: a ausência de informações para verificar a legalidade do desmatamento; a dificuldade do cruzamento de dados de desmatamento com outras informações, como dados de atividades produtivas específicas ou de financiamento bancário; e o desafio de obter informações sobre o ocupante (CPF/CNPJ) das áreas com desmatamento.

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