Publicado em 18 de maio de 2023 às 12:13
RIO DE JANEIRO, RJ - A taxa de desemprego subiu em 16 unidades da federação no primeiro trimestre de 2023, informou nesta quinta-feira (18) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).>
Nos outros 11 Estados, o indicador ficou estável, sem variações estatísticas consideráveis, em relação ao quarto trimestre de 2022.>
Na média do Brasil, o desemprego subiu para 8,8% no primeiro trimestre, após marcar 7,9% nos três meses imediatamente anteriores. Apesar do avanço, o nível é o menor para o primeiro trimestre desde 2015 (8%).>
Na mesma base de comparação, o desemprego cresceu nas cinco grandes regiões do país. O destaque foi o Nordeste, onde a taxa aumentou 1,4 ponto percentual, chegando a 12,2%.>
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Os dados integram a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua. O levantamento analisa tanto o mercado de trabalho formal quanto o informal.>
O IBGE ponderou que, historicamente, o início de ano registra aumento da desocupação. A busca por vagas de emprego costuma ser impulsionada por fatores como o término dos contratos temporários de final de ano.>
Conforme Alessandra Brito, analista da pesquisa do IBGE, os números sinalizam esse impacto em 2023. "Após um ano de 2022 de recuperação do mercado de trabalho pós-pandemia, em 2023, parece que o movimento sazonal de aumento da desocupação no começo do ano está voltando ao padrão da série histórica", disse Brito.>
Economistas avaliam que a retomada do emprego tende a perder velocidade neste ano. A projeção está associada ao cenário de desaceleração da atividade econômica em meio ao contexto de juros elevados.>
O Nordeste (12,2%) seguiu com a maior taxa de desocupação entre as regiões no primeiro trimestre, enquanto o Sul (5%) teve a menor. Centro-Oeste (7%), Sudeste (8,6%) e Norte (9,1%) completam a lista.>
Das dez unidades da federação com desemprego mais elevado, 7 são Estados da região Nordeste. Destacam-se Bahia (14,4%) e Pernambuco (14,1%), que têm as maiores taxas do país. As menores foram registradas por Rondônia (3,2%), Santa Catarina (3,8%) e Mato Grosso (4,5%).>
Para Brito, a diferença entre os Estados pode ser associada aos níveis de informalidade. "Bahia e Pernambuco, bem como a Região Nordeste como um todo, têm um peso maior de trabalho informal (emprego sem carteira e conta própria sem CNPJ), o que torna a inserção no mercado de trabalho mais volátil, podendo gerar pressão de procura por trabalho", diz a analista do IBGE.>
Todos os Estados do Norte e do Nordeste mostraram taxas de informalidade superiores à média nacional (39%), segundo o instituto. Os maiores percentuais foram registrados por Pará (59,6%), Amazonas (57,2%) e Maranhão (56,5%).>
Por outro lado, as menores taxas de informalidade do país foram estimadas em Santa Catarina (26,1%), Distrito Federal (30,3%) e São Paulo (30,6%).>
A pesquisa do IBGE ainda detalha o perfil das pessoas mais atingidas pelo desemprego no Brasil. Segundo o IBGE, a desocupação segue mais elevada para mulheres e pessoas pretas e pardas.>
No primeiro trimestre, a taxa de desemprego foi estimada em 10,8% para as mulheres e em 7,2% para homens. A diferença se mantém em todas as regiões.>
No recorte de cor ou raça, a desocupação dos brancos (6,8%) segue abaixo da média nacional (8,8%), enquanto a dos pretos (11,3%) e a dos pardos (10,1%) ficam acima.>
"A maior taxa de desocupação entre mulheres e entre pessoas de cor preta e parda é um padrão estrutural do Brasil, que a pesquisa acaba refletindo. Essas populações também estão sobrerrepresentadas na informalidade, se comparadas aos homens e às pessoas de cor branca", afirmou Brito.>
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