Publicado em 15 de outubro de 2019 às 15:57
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou nesta terça-feira (15), por 23 votos a zero, o projeto que distribuiu entre a União, Estados e municípios os recursos do megaleilão do pré-sal de novembro. >
Com a votação na CAE, a proposta - considerada no Senado como fundamental para possibilitar a aprovação do segundo turno da reforma da Previdência na próxima semana - segue para o Plenário do Senado, última etapa antes do envio para sanção do presidente Jair Bolsonaro (PSL). A expectativa é que a votação em Plenário ocorra ainda nesta terça. >
O Congresso já havia aprovado uma Proposta de Emenda à Constiutição (PEC), em 26 de setembro, para permitir que os recursos fossem partilhados entre União e os demais entes subnacionais. Agora, o projeto discutido na CAE do Senado define as regras dessa divisão. >
Os critérios de partilha do dinheiro do leilão foram definidos em uma longa negociação entre deputados, que atuaram para ampliar a fatia dos municípios, e senadores, que trabalharam para beneficiar os Estados. O entendimento levou à aprovação da proposição pelo Plenário da Câmara em 9 de outubro. Pelo texto, 30% do montante deve ser dividido igualmente entre Estados e municípios. >
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O acordo prevê que a parcela destinada aos municípios (15% de R$ 73 bilhões) será repartida respeitando as normas do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).>
Já no caso dos estados a divisão deve ocorrer da seguinte composição: 10% seguindo critérios do (Fundo de Participação dos Estados (FPE), 2,5% do Auxílio Financeiro para Fomento das Exportações (Fex) e 2,5% da Lei Kandir.>
A Lei Kandir prevê compensação a Estados pela isenção de ICMS sobre as exportações. Uma parte dos recursos é distribuída com base em percentuais definidos em 2002, de acordo com as exportações à época, mas outra parte leva em consideração uma tabela definida pelo Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) e que é alterada anualmente. Ficou estabelecido ainda que o Rio de Janeiro receberá 3% do bolo da União, a título de estado produtor. >
Na sessão da CAE desta terça, houve a tentativa de incluir uma emenda no texto para ampliar a parcela destinada a Estados do Norte e Nordeste. O argumento usado foi que o acordo de divisão dos recursos alcançado na Câmara privilegia mais estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país.>
"Foram aumentados os valores a serem transferidos a esses estados em detrimento dos estados das regiões Norte e Nordeste. Entendemos não ser essa a solução mais justa, mas acedemos em apoiar o consenso político alcançado. Enfim, o projeto não é o ideal para cada estado, mas nesse momento é o melhor para todos", afirmou o senador Omar Aziz (PSD-AM), relator da matéria.>
A preocupação que levou à rejeição da emenda é que qualquer alteração na redação devolveria o projeto à Câmara dos Deputados, o que colocaria em risco a sanção da lei antes da data do leilão (6 de novembro).>
O texto pactuado permite ainda que municípios possam destinar os recursos para investimento ou para cobrir dívida previdenciária parcelada ou para a criação de reserva financeira para pagamento de despesa com fundos previdenciários de servidores públicos. Já os estados poderão usar os recursos para pagar dívidas previdenciárias e para investir.>
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