Publicado em 16 de março de 2023 às 11:26
SÃO PAULO, SP - O brasileiro foi o alvo mais visado no mundo em golpes com links falsos no WhatsApp em 2022, de acordo com relatório da consultoria Kaspersky. A empresa de cibersegurança identificou 76 mil tentativas dessa fraude no país apenas no ano passado.>
Os estelionatários usam temas populares como isca para induzir pessoas a compartilhar dados pessoais — o golpe é chamado de phishing, em referência a uma pescaria. Essas informações são usadas em outras fraudes financeiras: compra on-line, criação de contas laranja, entre outros crimes.>
Os clientes de serviços de entregas sofreram a maior parte dos ataques: 27,38% das tentativas contabilizadas pela Kaspersky. Os fraudadores se passam por empresas de logística conhecidas e enviam emails sobre problemas com uma entrega.>
Kaspersky
Empresa de cibersegurançaOutros alvos populares de ataques de phishing incluem lojas virtuais (15,56%), sistemas de pagamento (10,39%) e bancos (10,39%).>
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O crescimento do número de transações e interações digitais desde a pandemia de Covid aumenta o risco desse golpe, segundo o diretor da equipe de pesquisa da Kaspersky para a América Latina, Fabio Assolini. "Muitos serviços de mensagem são acessados preferencialmente em dispositivos móveis. Isso aumenta a exposição dos brasileiros aos ataques".>
De acordo com Assolini, poucos brasileiros têm aplicativos de segurança instalados no celular, o que também torna as pessoas do país mais suscetíveis ao ataque.>
Os navegadores de celular ainda têm menos proteções nativas contra ataques de phishing. Há limitações visuais para ver a URL completa. "Se a vítima acessar o link a partir de um desktop, a página fraudulenta irá exibir um aviso dizendo que está disponível apenas a partir do smartphone", exemplifica o especialista da Kaspersky.>
Os ataques de phishing são comuns em caixas de entrada de email. Os próprios serviços, como Gmail, identificam mensagens com risco de fraude.>
Os dados foram compilados pela Kaspersky a partir de bloqueios realizados em aparelhos de clientes que usam soluções da empresa de cibersegurança e tinha o serviço de proteção em nuvem ativado (KSN). São mais de 400 milhões de usuários e 240 mil clientes corporativos ou governamentais. Os dados coletados são anônimos.>
O WhatsApp concentra 82,71% dos links falsos bloqueados pela Kaspersky. Telegram vem atrás (14,12%), seguido por Viber (3,17%). O WhatsApp está instalado em 99% dos smartphones brasileiros, contra 60% no caso do Telegram, de acordo com levantamento do site Mobile Time.>
Completam a lista de países que mais sofrem com golpes no WhatsApp: Rússia (76 mil), Índia (21 mil), Itália (11 mil), Alemanha (11 mil), Alemanha (11 mil), México (11 mil), África do Sul (10 mil).>
No Telegram, o Brasil fica em segundo lugar com 3,8 mil tentativas de Phishing. A Rússia lidera (21 mil).>
A maior dica de proteção é desconfiar, segundo o diretor da Kaspersky Fábio Assolini. Para ter privacidade e navegar com segurança, verifique a autenticidade de mensagens e ligações, seja por WhatsApp, email ou redes sociais, que prometem grandes negócios ou que tenham caráter de urgência.>
Fábio Assolini
Diretor da KasperskyCaso receba um link no WhatsApp ou veja uma promoção em post patrocinado nas redes sociais, prefira digitar manualmente a URL oficial em seu navegador. Assim, é possível encontrar erros na URL difíceis de identificar à primeira vista, como "1" em vez de "I" ou "0" em vez de "O".>
Quando o remetente for legítimo, mas o conteúdo da mensagem parecer estranho, verifique o teor da mensagem em outro canal de comunicação da empresa.>
A Kaspersky ainda sugere o uso de uma solução de segurança comprovada durante navegação pela Web. "Graças ao acesso a fontes internacionais de inteligência de ameaças, essas soluções são capazes de identificar e bloquear campanhas de spam e phishing".>
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