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Bolsa fecha em alta de 3,86% em 'Dia do Fico' de Guedes

Bolsa fecha em alta de 3,86% em "Dia do Fico" de Guedes

A Ibovespa encerrou o dia não tão distante da máxima, em dia de avanço dos mercados de Nova York e da Europa, apesar de nova queda acentuada do petróleo. O dólar teve leve alta e renovou o recorde nominal, fechando a R$ 5,6680

Publicado em 27 de abril de 2020 às 18:09

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Bolsa de Valores de São Paulo, a BR
Bolsa de Valores de São Paulo, a BR. (Luiz Prado/B3/Arquivo AG)

A ebulição política em Brasília deu trégua nesta abertura de semana com o tom apaziguador do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que praticamente afastou a possibilidade de análise imediata dos pedidos de impeachment já apresentados, em momento, segundo disse, em que deve ser priorizado o combate ao novo coronavírus. O desdobramento veio no mesmo dia em que o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o ministro Paulo Guedes continuará a ser o único a "decidir" sobre a economia, dando o "norte" ao resto da administração, o que contribuiu para mitigar temor do mercado quanto a eventual perda do segundo pilar do governo, após a ruidosa e não antecipada saída de Sérgio Moro, da Justiça.

Dessa forma, o Ibovespa conseguiu recuperar parte das perdas da sexta-feira, 24, ao encerrar esta primeira sessão da semana em alta de 3,86%, aos 78.238,60 pontos, não tão distante da máxima, em dia de avanço dos mercados de Nova York e da Europa, apesar de nova queda acentuada do petróleo. O giro financeiro foi de R$ 24,1 bilhões com o principal índice da B3 oscilando entre mínima de 75.326,58 e máxima de 78.562,71 pontos na sessão. No mês, o índice acumula agora ganho de 7,15%, mas ainda cede 32,35% no ano. Na sexta, com o fator Moro, o Ibovespa fechou em baixa de 5,45%, acumulando perda de 4,63% na semana passada.

"Hoje foi praticamente o Dia do Fico do Guedes, e o mercado gostou disso. Mas a volatilidade deve persistir, com o coronavírus, a duração do distanciamento social, a incerteza sobre a retomada econômica e, agora, o risco político - que, sozinho, pode ser visto como uma volatilidade dentro da volatilidade. Assim, o excesso da sexta-feira foi corrigido em parte nesta segunda", diz Márcio Gomes, analista da Necton.

Além de Guedes, Bolsonaro esteve reunido logo pela manhã e falou, na portaria do Palácio da Alvorada, ao lado dos ministros da Agricultura, Tereza Cristina, da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, vistos como os pontos de luz ainda remanescentes no governo - imagem que contribuiu também para amenizar a sensação de declínio iminente, após o desembarque de Moro, cujas declarações acenderam o alerta de impeachment, ao mencionar interferência política na Polícia Federal, no momento que a Procuradoria Geral da República e o Supremo Tribunal Federal apuram manifestações contra a democracia e a disseminação de Fake News perto do poder Executivo.

Nesse contexto, o Ibovespa conseguiu se reacomodar na linha de 78 mil pontos, a mais frequente nos fechamentos desde o dia 8 de abril, favorecido também pelo dia positivo em Nova York, onde os três índices encerraram esta sessão com ganhos entre 1,11% (Nasdaq) e 1,51% (Dow Jones).

Na B3, a ação da Embraer se manteve na ponta negativa do Ibovespa ao longo da sessão, mas conseguiu limitar bem as perdas, que chegaram a dois dígitos durante o dia, para fechar em baixa de 7,49% após o naufrágio do acordo com a Boeing sobre a divisão de aviação comercial da companhia brasileira. Além de Embraer, apenas outras quatro ações encerraram o dia em terreno negativo: Qualicorp (-2,45%), Hypera (-2,27%), Smiles (-0,36%) e Cogna (-0,22%).

No lado oposto, destaque para Via Varejo (+18,65%), Braskem (+13,52%), BRF (+10,84%) e Totvs (+10,06%). Apesar do forte ajuste negativo do petróleo, Petrobras ON e PN subiram respectivamente 4,54% e 3,13%, após serem punidas na última sexta pelo risco político, que atingiu em cheio as ações do chamado "Kit Brasil". Os bancos também tiveram forte recuperação nesta segunda-feira, com destaque para Banco do Brasil (+5,72%) e Santander (+4,18%). Vale ON avançou 1,81%.

DÓLAR BATE NOVO RECORDE NOMINAL

O dólar fechou em leve alta de 0,12% nesta segunda-feira (27) e renovou o recorde nominal (sem contar a inflação) pelo quarto pregão seguido, a R$ 5,6680, segundo cotação da CMA. Considerando a inflação brasileira e americana, o recorde real do dólar ainda é de 2002, quando a moeda tocou os R$ 4, que hoje seriam R$ 7,86 corrigidos pela inflação dos dois países.

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A moeda chegou a cair para R$ 5,53 pela manhã, mas voltou a ganhar força ao longo do dia, chegando ao pico de R$ 5,7250 por volta de 16h15. Na última sexta (27), a divisa chegou a R$ 5,7450 coma saída de Sergio Moro do governo de Jair Bolsonaro, mas fechou a R$ 5,66.

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