Publicado em 23 de fevereiro de 2021 às 19:46
- Atualizado há 5 anos
No dia seguinte ao caos visto no mercado financeiro, com a queda da Bolsa de Valores de São Paulo causada pelo tombo de 20% das ações da Petrobras na segunda-feira (22), o cenário nesta terça (23) foi de recuperação parcial das perdas. >
Com as atenções dos investidores ainda voltadas para a Petrobras e para os riscos fiscais e políticos da interferência do presidente Jair Bolsonaro na estatal, as ações preferenciais (mais negociadas) da petroleiro subiram 12,17%, a R$ 24,06 cada, após caírem 21,51% na segunda. As ordinárias (com direito a voto) tiveram alta de 8,95%, a R$ 23,48.>
Com o resultado, a Petrobras recuperou R$ 28,98 bilhões dos R$ 102,5 bilhões em valor de mercado perdidos com a interferência de Bolsonaro na estatal. A melhora também puxou a alta do Ibovespa, que avançou 2,27%, a 115.227 pontos. O dólar fechou em queda de 0,24%, a R$ 5,4421.>
Nesta terça-feira (23), as ações preferenciais (mais negociadas) da Petrobras subiram 12,17%, a R$ 24,06 cada, após caírem 21,51% na segunda (22). As ordinárias (com direito a voto) tiveram alta de 8,95%, a R$ 23,48.>
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"As sinalizações são que essa é uma intervenção pontual, sem intervenções no conselho e na diretoria da empresa, até mesmo pelo respaldo estatutário da Petrobras, que não permite que essas ações sejam feitas", diz Henrique Esteter, analista da Guide Invetimentos.>
Segundo analistas, a valorização também é fruto da compra das ações por parte de investidores que veem uma boa oportunidade no atual preço da companhia.>
Na Bolsa de Nova York, as ADRs (certificados de ações negociados nos Estados Unidos) da Petrobras fecharam em alta de 6,68%, a US$ 8,47, após tombarem 21% na véspera.>
De acordo com especialistas, porém, ainda é cedo para avaliar o investimento na estatal, já que deve haver uma troca no seu comando, com a provável posse do general Joaquim Silva e Luna, e ainda restam dúvidas no mercado com relação à política de preços da Petrobras.>
A CVM abriu dois processos contra a Petrobras na esteira do imbróglio causado pelo anúncio de troca no comando. A Justiça Federal de Minas Gerais pediu explicações de Bolsonaro e da companhia no prazo de 72 horas.>
Nesta terça, Bolsonaro procurou tranquilizar investidores ao afagar o ministro Paulo Guedes (Economia) ao dizer que não quer brigar com a petroleira.>
O governo também estuda reduzir o impacto do aumento dos preços dos combustíveis sem interferir na política da Petrobras com a criação de um "voucher caminhoneiro".>
O avanço na privatização da Eletrobras também tranquilizou o mercado. As ações da empresa saltaram após a agência de notícias Reuters informar que governo publicaria ainda nesta terça uma medida provisória associada a seus planos de privatização da elétrica federal.>
Mais tarde, a Presidência do Senado comunicou que a MP será entregue às 19h30 desta terça em ato simbólico no Congresso Nacional.>
A MP deve permitir que o BNDES inicie estudos sobre a desestatização da companhia e sua publicação vem após notícias recentes que geraram preocupação entre investidores quanto à viabilidade política da transação.>
Os novos presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), sinalizaram, antes de serem eleitos em 1° de fevereiro, que a privatização da Eletrobras não seria uma prioridade para o Congresso em suas gestões.>
Isso levou o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr., a anunciar que deixará a companhia em meados de março para assumir o comando da BR Distribuidora. Ferreira disse que a decisão veio após notar "falta de tração" da desestatização junto aos parlamentares.>
Nos últimos dias, a indicação por Bolsonaro de Silva e Luna para a Petrobras e uma afirmação do presidente no sábado (20) de que o governo vai "meter o dedo" no setor elétrico tinham ajudado a reduzir expectativas no mercado quanto à privatização.>
Com o avanço da venda da estatal, as ações ordinárias da Eletrobras fecharam em alta de 13%, a R$ 32,67. Outra estatal que ensaiou uma recuperação na sessão foi o Banco do Brasil, com alta de 6,95%, a R$ 30,43. Na véspera, o papel tombou 11,64% com temores de ingerência do governo no banco e saída do presidente André Brandão.>
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