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Anatel deve facilitar eventual compra da Oi por trio de rivais

Anatel deve facilitar eventual compra da Oi por trio de rivais

As maiores operadoras do país ganharam exclusividade na disputa pela Oi Móvel, cujo preço mínimo é de R$ 15 bilhões

Publicado em 11 de agosto de 2020 às 09:04

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Sede da Anatel em Brasília: a telefonia celular (pós-paga e pré-paga) é o principal alvo de reclamações no ES
Sede da Anatel em Brasília: a agência dará anuência para a transação da rede móvel da Oi. (Anatel)

A eventual venda da rede móvel da Oi para o consórcio formado pelas rivais TIM, Claro e Vivo não deve enfrentar barreiras incontornáveis na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), apurou o Estadão/ Broadcast com membros e ex-membros do órgão regulador. O entendimento é que a Anatel dará anuência para a transação. Desde a última sexta-feira (7), as maiores operadoras do país ganharam exclusividade na disputa pela Oi Móvel, cujo preço mínimo é de R$ 15 bilhões.

Mesmo reduzindo de quatro para três o total de operadoras de celular no país, não há intenção dos representantes da agência de entrar no mérito do tema concorrencial - que hoje fica exclusivamente nas mãos do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Mas nem sempre foi assim. A preocupação com o máximo de competição foi recorrente na atuação da Anatel na última década. Pouco a pouco, porém, a agência abrandou as amarras regulatórias que inibiam uma concentração do mercado.

Um dos momentos marcantes das intervenções feitas em prol da competição ocorreu no início da década passada, durante o leilão para a implementação do 3G. Na ocasião, o edital vetou que as quatro grandes operadoras - Vivo, TIM, Claro e Oi - dessem lances por todos os lotes. Esse desenho foi feito de propósito, para abrir a porta para a entrada da Nextel no mercado brasileiro.

"Até por volta de 2010, a Anatel repetia o mantra de que o mercado brasileiro deveria ter no mínimo quatro a cinco operadoras de celular. E ela conseguiu isso via leilões de frequências ou por medidas regulatórias", observa um superintendente do órgão, que pediu anonimato.

Apesar de ter sido favorecida no passado, a Nextel nunca teve uma participação relevante no mercado, e seu controlador, a norte-americana NII Holdings, entrou em recuperação judicial lá fora. A operadora acabou sendo incorporada à Claro, em negócio que passou tanto pela Anatel quanto pelo Cade. "A Anatel percebeu que não dá para o regulador querer organizar o mercado como se fosse déspota esclarecido ou como se estivéssemos em um sistema comunista em que o Estado manda em tudo", disse uma das fontes.

Nesse sentido, a Anatel passou a repensar algumas barreiras. A última flexibilização aconteceu em 2018, quando decidiu ampliar os limites de frequência que podem ser detidos por uma só operadora. Os limites, que eram de 20% a 30%, foram ampliados para 35%.

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