Graduado em Economia pela Ufes, com MBA em Gestão Financeira e Controladoria pela FGV e pós-graduando em Negócios Digitais pela USP. Atua há 14 anos no setor bancário e atualmente ocupa o cargo de Superintendente de Meios de Pagamento, Investimentos e Inovação do Banestes

O que você deve saber sobre os títulos públicos antes de investir

Entenda o funcionamento dessas aplicações e saiba se elas se alinham à sua realidade e às suas necessidades

Vitória
Publicado em 17/01/2023 às 11h45

Os títulos públicos federais são emitidos pelo Tesouro Nacional como uma forma de arrecadar dinheiro para financiar as atividades de investimento e custeio do governo federal. A emissão desses títulos funciona como um empréstimo, em que os investidores fornecem recursos e, em troca, recebem o valor inicial acrescido de juros e/ou correções.

Assim, esses títulos são considerados como investimentos de renda fixa. Ou seja, é possível saber quais são as regras de remuneração antes de realizar a aplicação.

Site do Tesouro Direto
Site do Tesouro Direto dá opções de títulos e possibilidade de simular o investimento. Crédito: Reprodução

Com o objetivo de dar acesso à negociação dos títulos públicos à população brasileira, o Tesouro Nacional, em parceria com a bolsa de valores oficial do Brasil (B3), lançou há 20 anos a plataforma do Tesouro Direto. Antes de 2002, sem a plataforma, as aplicações eram restritas às grandes instituições financeiras.

Quais são os tipos de títulos negociados no Tesouro Direto?

Os títulos podem ser divididos em três tipos, cada um com regras específicas de rendimento:

1) Tesouro Prefixado

Os títulos públicos prefixados oferecem uma rentabilidade fixa, previamente definida em um percentual anual. Com isso, o investidor consegue saber quanto o dinheiro renderá no período até o vencimento.

Caso o investidor queira resgatar o título antes desse prazo, o governo garante a recompra. No entanto, ele considerará o valor de mercado na data do resgate para definir o montante que será pago ao investidor.

Ainda existem diferentes tipos de aplicações, conforme o modo de pagamento dos juros escolhido pelo investidor. O Tesouro Prefixado (LTN) realiza o pagamento de uma só vez, no vencimento ou no resgate antecipado.

Já o Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (NTN-F) paga a rentabilidade de maneira semestral, proporcionando uma renda passiva. Nesse caso, o tributo será cobrado a cada resgate, considerando o rendimento obtido.

É importante destacar que o mecanismo de marcação a mercado precifica os títulos diariamente e indica o quanto você recebe se decidir resgatar o investimento naquele momento. Logo, é possível ter perdas financeiras, já que a rentabilidade indicada é assegurada apenas no vencimento.

2) Tesouro Selic

O Tesouro Selic (LFT) é um título público pós-fixado, que rende de acordo com a variação acumulada da taxa de juros básica e referencial da economia, a Selic. Porém o produto apresenta algumas diferenças importantes em relação ao Prefixado.

Primeiramente, não há a possibilidade de resgatar cupons semestrais. Então, a única forma de pagamento é no resgate, feito antecipadamente ou no vencimento. Ele também sofre menos impactos da marcação a mercado, evitando os riscos de perdas em relação ao montante investido.

3) Tesouro IPCA+

A característica mais marcante dos títulos híbridos é que eles mesclam a rentabilidade prefixada e pós-fixada. No caso do Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal), o retorno depende da variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), a taxa de inflação oficial do Brasil.

Já o Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais (NTN-B) tem a possibilidade de resgate do rendimento a cada semestre. Ambos  costumam ter prazos mais longos, que podem chegar a décadas. Nesse caso, há maior exposição aos impactos da marcação a mercado.

Aos investidores interessados em saber mais, a dica é procurar a orientação do gerente do seu banco, que vai fazer uma avaliação do seu perfil de investidor. O profissional vai apresentar e explicar com mais detalhes as opções de investimento mais adequadas para o seu perfil.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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