É assessor de investimentos da Valor/XP Investimentos. É mestre em Direito e professor de pós-graduação.

Não deixe o Instagram, o TikTok e o YouTube mandarem no seu dinheiro

Atenção: só quem costuma enriquecer de verdade com o conteúdo de um vídeo de 30 segundos são os próprios influenciadores!

Vitória
Publicado em 20/06/2025 às 08h57

As redes sociais transformaram a forma como lidamos com quase tudo, inclusive o dinheiro. Ao contrário do passado, ninguém precisa mais ler um livro ou fazer um curso para ouvir falar de investimentos: basta abrir o Instagram, o TikTok ou o YouTube. Em poucos segundos, aparecem vídeos prometendo ganhos altos, soluções simples e, muitas vezes, um suposto caminho fácil para enriquecer.

Às vezes, os atores nem parecem saber do que estão falando, mas a habilidade teatral e domínio do algoritmo permitem-lhes ganhar mais e mais audiência.

É claro que há bons conteúdos nas redes sociais. E sim, elas podem ser uma porta de entrada para quem quer aprender mais. O problema é que, nesse novo universo, muita gente vende conselhos financeiros como se estivesse vendendo roupa: com imagens bonitas e slogans prontos, mas pouca profundidade. Daí, a trend do momento provoca o inverso do que se pretendia.

Por causa das redes, é comum ver pessoas que fizeram investimentos que não entendiam, apenas porque viram um influenciador dizer que era uma “oportunidade imperdível”. Outras inquietam-se por ficar de fora de ações e criptomoedas quando influenciadores digitais contam que “todo mundo está ganhando dinheiro com isso”. Alguns cedem à tentação e se entregam sem pensar, imbuídos de uma boa-fé genuína, mas são atropelados pelo mercado.

Independentemente se alguém gosta mais ou menos de usar as redes para aprender, a verdade é que a maioria do conteúdo que viraliza não mostra o que importa: os riscos envolvidos, as perdas que fazem parte do processo e, principalmente, a necessidade de respeitar o próprio ritmo. Dinheiro exige tempo, atenção e planejamento. Mas as redes sociais foram feitas para outra coisa: velocidade, emoção e impacto. É a fórmula pronta de uma tragédia financeira anunciada!

Por outro lado, muitos dos perfis que falam de finanças não são de especialistas nem de profissionais certificados e que, por lei, têm responsabilidade sobre o que dizem. Alguns ganham por divulgar produtos financeiros e, boa parte deles esbanja uma vida de luxo que, na prática, pode nem existir.

Mas, se achar que as redes ajudam mais que atrapalham nas decisões financeiras, faça bom uso delas, mas ao menos evite que sejam seu único guia. Afinal, só quem costuma enriquecer de verdade com o conteúdo de um vídeo de 30 segundos são os próprios influenciadores!

No final, mantenha o foco e o bom senso: tenha curiosidade, mas desconfie da facilidade. Ouça, mas filtre. Prefira sempre fontes confiáveis, com formação técnica e compromisso com a verdade. E, acima de tudo, lembre-se de que o dinheiro é seu e ninguém melhor que você para decidir o que fazer com ele.

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