Comprometer-se com você mesmo é a melhor decisão para usar o mês de junho com inteligência. O mapeamento dos cinco primeiros meses do ano possibilita preparar um orçamento pessoal e familiar mais próximo da realidade. É um excelente mês para tirar a fotografia de janeiro a maior, simplesmente, porque os dados se tratam a receitas e despesas que já ocorreram. Elimina-se a suposição e a “futurologia”.
Esse diagnóstico antes de virar o semestre aumenta a motivação, melhora o comportamento e incentiva o investimento. A motivação é a energia propulsora do comportamento. Para incorporar o hábito do investimento ao seu comportamento, use uma ou mais metas para se motivar. Com o diagnóstico dos cinco meses em mão, traçar metas para o segundo semestre fica mais suave e o investimento mais perto. Mas é importante lembrar que a meta ou as metas precisam ser reais, alcançáveis e específicas; do contrário desmotiva.
Para começar a fazer ajustes no orçamento, é ideal analisar os meses de janeiro a maio de forma detalhada e responder as seguintes perguntas?
- Tenho minha reserva de emergência?
- Fechei no azul todos os meses de janeiro a maio?
- Se não, como ficou o saldo de cada mês?
- Comecei o mês de junho investindo ou devendo?
Com as perguntas respondidas, comece sua análise na jornada do autoconhecimento. Coloque como meta fazer essa análise até o dia 30 de junho de 2025. Esse processo permitirá ter consciência de seus hábitos e da realidade.
Está disposto a começar a jornada? Com o auxílio da fatura do cartão, do extrato da conta corrente, dos recibos e de outros comprovantes ficará mais certeira a análise. Anote as categorias que mais gastou. Essa avaliação é essencial para florescer um planejamento honesto para o segundo semestre.
Agora que respondeu todas as perguntas e fez a análise é hora de se dedicar aos gatilhos que farão você para virar a chave no segundo semestre. Em cima do diagnóstico faz-se o planejamento. A falta de um roteiro bem-criado faz que com que os gastos com dinheiro, tempo e saúde cresçam; ao contrário do desejado: aumento de receitas, otimização do tempo e melhora da saúde física e mental.
Dessa forma:
- Invista em conhecimento;
- Mantenha a anotação dos gastos atualizados em planilha ou caderno;
- Use as redes sociais a seu favor: comece a curtir e acompanhar as páginas do Banco Central do Brasil, Anbima, Tesouro Direto e Ministério da Fazenda. Quanto mais você acessar informações sobre investimentos, educação financeira e economia, mais assuntos relacionados com esse tema irão aparecer no seu “feed”. Use os algoritmos para aumentar seu conhecimento e sua cidadania financeira.
Se você tiver uma reserva de emergência, pegue o valor e divida pelo total dos seus gastos mensais (tire uma média). Se o valor der acima de 12 meses, sua situação é confortável, o que possibilita analisar seu tipo de investimento e, se é possível, diversificar os investimentos.
Se der de 3 a 12 meses, avalie seu trabalho (CLT, contrato, autônomo, concursado) e analise os riscos da sua profissão. A orientação para autônomos é alcançar 12 meses; se for contratado, analise o tempo do final do contrato e tente alcançar seis meses; se for CLT, tente alcançar os seis meses também. Se for concursado, coloque como meta três meses.
Entretanto, se sua realidade está longe de sequer iniciar uma reserva de emergência, é preciso se fixar em cima de todo o levantamento feito dos cinco primeiros meses do ano. Analise cada linha de gastos em conta corrente, na fatura do cartão e nas anotações de compras em espécie, É preciso ser “amigo” do dinheiro, do orçamento e do conhecimento financeiro. Não discrimine e não julgue nada até o momento.
Sentimentos negativos só te afastam das metas. Iniciar pequeno é melhor do que não começar porque o tempo é como se fosse um fermento. Ele é essencial para fazer o bolo crescer. Nesse momento, arrependimento não ajuda. É cabeça fria e análise matemática.
Esse exercício será fundamental para tornar o orçamento uma prática. Comece hoje mesmo, não deixe para o dia seguinte – nem que seja dar “print” nos gastos do cartão de crédito. Separe um caderno para as despesas e tente, no final de semana, categorizar em habitação, transporte, saúde, comunicação, estudo, investimentos, empréstimos, entre outros grupos. Depois de todos os dados lançados e classificados, volte e analise o que comprou e não usou. O que consumiu que dava para esperar e nem foi tão proveitoso assim. Agora é hora da criticidade.
Ademais, entender suas principais necessidades contribui para planejar um do orçamento financeiro e orientar o consumo para um caminho de responsabilidade. Nesse sentido, é importante manter-se diligente e atento e lapidar o orçamento pouco a pouco. À medida que a prática orçamentária se une ao conhecimento adquirido com o diagnóstico, a observação e a avaliação dos resultados encontrados, há uma melhora cognitiva e interpretativa na análise dos dados.
Enfim, avance um dia de cada vez até 30 de junho de 2025 e tente iniciar o dia 1° de julho com um valor a ser alcançado para a reserva de emergência. Se tiver mais de 12 meses de reserva, avance para a diversificação de investimentos e a formação da reserva de oportunidade. Busque conhecimento e tenha cuidado para não confundir nível de consumo com qualidade de vida. Não esqueça de orçar festas de final de ano, viagens, presentes. Agarre seus sonhos pelo colarinho e não os deixem se distanciarem da realização. Se eles forem muito grandes, fragmente-os em sonhos menores, em etapas, e realize um por um. Comece simples, comece pequeno, comece de pouco a pouco. Apenas comece!
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