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Do sonho à formação: médicas capixabas são referência no país

Do sonho à formação: médicas capixabas são referência no país

Margareth Dalcolmo, Stephanie Rizk e Danielle Chambo estão entre ex-alunos da Emescam que fazem a diferença no Brasil e no mundo

Publicado em 20 de agosto de 2021 às 14:42

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Quem procura por uma carreira médica e está interessado em ingressar na área da saúde, a Emescam está com inscrições abertas para o vestibular de medicina.
Quem procura por uma carreira médica e está interessado em ingressar na área da saúde, a Emescam está com inscrições abertas para o vestibular de medicina. (Emescam/Divulgação)
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O que forma um médico? A receita para ser um bom profissional pode incluir diferentes ingredientes dependendo do indivíduo. Mas doses de empatia e boas referências estão presentes em todas as fórmulas. Como seres humanos, buscamos nos espelhar em imagens que possam nos inspirar a sermos pessoas cada dia melhores. Quando o assunto é formação médica, esse olhar humanístico precisa estar sempre sendo exercitado, porque é ele que constrói um profissional comprometido e apaixonado pelo que faz.

“Uma das primeiras coisas que aprendi na vida foi a ter compaixão. Isso veio principalmente do meu pai que me ensinou a respeitar o trabalho, os estudos e a escola apenas fortaleceu esse sentimento. Nós ficamos ainda mais alertas com essa epidemia porque estamos vivendo um luto indelével. Perdi três colegas de faculdade para a Covid-19, pessoas da minha idade e sem doença alguma. Isso marca a nossa vida, assim como a pandemia irá marcar a nossa geração”, afirma a pneumologista Margareth Dalcolmo.

Formada em 1978 pela Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (Emescam), de lá para cá ela desenvolveu ensaios clínicos na área de tratamento da tuberculose, foi uma das pioneiras na luta contra tabagismo no Brasil, publicou livros e artigos sobre doenças pulmonares e hoje atua como pesquisadora na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), sendo considerada uma das principais referências sobre a Covid-19 no país. Mas o destino de Margareth poderia ter sido diferente.

Segundo a pesquisadora, quando mais nova acreditava que seria diplomata. Por ser de uma família de tradição jurídica, as ciências humanas faziam parte da sua rotina. Mas no final da adolescência ela teve o que chamou de “crise de consciência” e decidiu optar pela área médica. “Eu nunca tive um minuto de hesitação ou qualquer arrependimento depois da minha escolha. Meus pais, inclusive, brincavam dizendo que quando eu sentisse o cheiro de formol iria mudar de ideia. Mas passei muito bem pelas aulas de anatomia”, relata.

Margareth Dalcolmo se formou em 1978 pela Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (Emescam), e hoje atua como pesquisadora na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
Margareth Dalcolmo se formou em 1978 pela Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (Emescam), e hoje atua como pesquisadora na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). (Revista Radis, Fiocruz)

Natural de Colatina, ela se mudou ainda nova para o Rio de Janeiro, mas voltou ao Espírito Santo com 17 anos quando iniciou a graduação em Medicina. "Fui muito bem acolhida e considero a Emescam como a minha alma mater”, conta. A escolha pela especialização se deu no quinto ano de curso, quando a faculdade liberava para o internato. Segundo ela, a paixão pelo tema foi instantânea.

Hoje, uma das referências no assunto e possuidora de honrarias como o Prêmio São Sebastião, a Medalha Pedro Ernesto e o Título de Cidadão Honorário do Estado do Rio de Janeiro, Margareth Dalcolmo reflete sobre as mudanças da área e ressalta a importância do saber científico nos tempos atuais.

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A maturidade nos traz um paradoxo entre ter mais paciência por um lado e impaciência do outro. Hoje me sinto mais tolerante para entender as diferenças porque sei que a vida não é feita de homogeneidades. Mas também me sinto muito mais intolerante quanto à disseminação irresponsável de informações que iludem as pessoas ou não têm qualquer fundamentação científica e técnica

Margareth Dalcolmo
Médica pneumologista e pesquisadora na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
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INFLUÊNCIA FAMILIAR

Também pesquisadora e ex-aluna da Emescam, a cardiologista Stephanie Rizk conta uma história de graduação parecida com a da pneumologista. Isso porque ela acreditava que faria o curso de Direito, mas até mesmo quando criança gostava dos jogos de anatomia e sentia que a Medicina faria parte da sua vida em algum momento.

“Lembro que tinha uma enciclopédia em casa com uma página meio transparente sobre o corpo humano. De vez em quando eu abria apenas para ficar olhando os órgãos e estudando sozinha. Nunca me esqueço disso”, relembra.

Com um doutorado em andamento, é orientada pela também cardiologista Ludhmila Hajjar, que chegou a ser convidada para assumir o Ministério da Saúde. A escolha pela especialização, no entanto, mudou muito durante a formação e, por um tempo, Stephanie Rizk chegou a pensar em ser neurocirurgiã. Mas após uma arritmia cardíaca do pai, ela começou a acompanhar alguns profissionais, até mesmo fora da faculdade, para aprender mais sobre o tema.

A cardiologista Stephanie Rizk relata que acreditava que faria o curso de Direito, mas até mesmo quando criança gostava dos jogos de anatomia.
A cardiologista Stephanie Rizk relata que acreditava que faria o curso de Direito, mas até mesmo quando criança gostava dos jogos de anatomia. (Arquivo pessoal)

“Desde a graduação você muda tudo. Começa com as cadeiras mais básicas, mas no primeiro contato com os pacientes a cabeça dá uma virada completa. Na Emescam, tive a oportunidade de aprender com excelentes professores que não só me inspiraram, mas também se tornaram referências”, afirma a cardiologista.

Por isso, quando terminou o curso, decidiu fazer a primeira especialização no Hospital da Santa Casa de Misericórdia de Vitória, o hospital-escola próprio da faculdade. Durante a residência de clínica médica ela também atuou como membro titular do comitê transfusional.

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Sabia que a minha primeira especialização seria na Santa Casa porque sempre gostei muito de lá. Foi incrível, aprendi muito e nesse caminho comecei a me interessar ainda mais por cardiologia. Então, fui expressar a minha atual especialidade no Hospital Sírio Líbanes, em São Paulo. Lá tive a oportunidade de participar de transplantes cardíacos e a implantação de um coração artificial

Stephanie Rizk
Cardiologista
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Em 10 anos de formada, a cardiologista afirma que "a Medicina só melhora". Apesar do trabalho árduo, ela ressalta que dar uma alta médica e ver a recuperação do paciente é gratificante, principalmente, no meio de uma pandemia.

E assim, em 53 anos de história, a Emescam já formou mais de sete mil médicos com um único objetivo: uma formação que valorize a moral, ética e a diversidade sob um olhar humano da profissão. Mais do que dominar técnicas, o ensino da faculdade valoriza a compreensão do impacto dele na sociedade e estuda a relação com o paciente.

JUNTOS PELA MAMA

Danielle Chambo se formou na Emescam em 2001 e atualmente é professora da faculdade
Danielle Chambo se formou na Emescam em 2001 e atualmente é professora da faculdade. (Arquivo pessoal)

Esse é o legado que a mastologista Danielle Chambo procura ter. Graduada em 2000 pela Emescam e, atualmente, professora da faculdade, o desejo por fazer Medicina é uma herança de família. Hoje, ela coordena o projeto “Juntos pela Mama” que tem como objetivo oferecer um tratamento digno e um bom acolhimento na rede pública de saúde à pessoas com câncer.

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Na Medicina, em uma forma geral, o paciente é uma pessoa fragilizada diante o médico. Mas em especial o câncer de mama mexe muito com a mulher e até na relação dela com o trabalho. Algumas são provedoras da casa e têm medo de morrer e deixar os filhos sozinhos. Por isso, não podemos permitir que vire apenas rotina. É preciso acompanhá-las nos momentos bons e nas vitórias, porque cada um tem uma história. Não pode ser banal

Danielle Chambo 
Mastologista
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Em atividade desde o ano passado, o projeto eliminou a fila para cirurgias na Santa Casa de Misericórdia de Vitória. Antes, o tempo de espera chegava a até seis meses. Além disso, Danielle explica que, com a ajuda de apoiadores do programa, também foi possível adquirir uma touca térmica que impede a queda de cabelo, uma novidade no Sistema Único de Saúde (SUS).

“O cabelo está relacionado à autoestima feminina e perdê-lo durante a quimioterapia, é dividir com o mundo um problema que talvez você não queira compartilhar com outras pessoas. Já tive pacientes que se recusaram a iniciar o tratamento por isso” afirma a mastologista.

Agora o próximo passo do programa é conseguir realizar a marcação dos tumores antes da quimioterapia. De acordo com a especialista, isso ajuda a identificar o tipo específico e permite eliminá-lo antes da cirurgia.

Em atividade desde o ano passado, o projeto
Em atividade desde o ano passado, o projeto "Juntos pela Mama" eliminou a fila para cirurgias na Santa Casa de Misericórdia de Vitória. Antes, o tempo de espera chegava a até seis meses. . (Arquivo pessoal)

“Estudei em São Paulo, Milão e Nova Iorque, mas o que me dá orgulho e muito prazer é ter voltado para a minha origem. Na Santa Casa nosso trabalho tem um retorno muito grande. E ser professora da Emescam me permite a oportunidade de falar para os alunos o que eu queria que tivessem me falado na época. No final do dia, a gente recebe muito mais do que dá”, destaca Danielle Chambo.

53 ANOS DE HISTÓRIA

Em 53 anos de história, a Emescam já formou mais de sete mil médicos com um único objetivo: uma formação que valorize a moral, ética e a diversidade sob um olhar humano da profissão.
Em 53 anos de história, a Emescam já formou mais de sete mil médicos com um único objetivo: uma formação que valorize a moral, ética e a diversidade sob um olhar humano da profissão. (Emescam/Divulgação)

Toda essa tradição da faculdade hoje é aplicada em tecnologias de ponta. Com inovações na parte técnica, o ensino também inclui um Centro de Simulação, softwares e recursos digitais, módulos de integração com metodologias ativa e dois hospitais escola próprios, o Santa Casa de Misericórdia de Vitória.

Para os futuros profissionais da saúde e estudantes da Emescam, a pneumologista Margareth Dalcolmo deixa um recado: “Ser médico exige um real desejo e o saber que você precisa exercer uma profissão com compromisso, mas sobretudo prazer. Não diria que um aluno precisa ter vocação para cursar Medicina, mas sim consciência. Nós vivemos em um país muito desigual e por isso precisamos de bons profissionais.”

Quem procura por uma carreira médica e está interessado em ingressar na área da saúde, a Emescam está com inscrições abertas para o vestibular de medicina. As provas serão aplicadas presencialmente nos dias 16 e 17 de outubro de 2021. Ao interessado em se inscrever, basta acessar o site da Emescam e seguir as recomendações do edital.

VESTIBULAR MEDICINA EMESCAM 2021/2

Mais do que dominar técnicas, o ensino da faculdade valoriza a compreensão do impacto dele na sociedade e estuda a relação com o paciente.
Mais do que dominar técnicas, o ensino da faculdade valoriza a compreensão do impacto dele na sociedade e estuda a relação com o paciente. (Emescam/Divulgação)

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