Um policial penal foi afastado de suas atividades por pelo menos 90 dias, sob suspeita de abuso sexual praticado contra uma pessoa detida no sistema prisional do Espírito Santo. Após denúncia, foi aberto contra ele um procedimento administrativo disciplinar (PAD), cuja conclusão pode resultar até em demissão.
A apuração está sendo conduzida pela Corregedoria da Polícia Penal do Espírito Santo (PPES), segundo portaria publicada nesta terça-feira (8) no Diário Oficial. No texto é informado que o caso ocorreu no mês de junho, na Penitenciária de Segurança Média II (PSME II), localizada em Viana.
Trata-se da unidade LGBTQIA+, a primeira a ser criada no Brasil dedicada ao público que autodeclara sua identidade de gênero, e abriga também as mulheres transexuais e travestis.
Uma delas denunciou o policial penal à direção do presídio, o que deu início à investigação disciplinar.
O que aconteceu?
A dinâmica do que ocorreu na unidade ainda está sendo apurada pela Corregedoria.
As informações obtidas pela coluna são de que o caso teria envolvido, além do policial penal, outras pessoas detidas. Uma delas teria feito sexo oral no policial enquanto as demais teriam sido indicadas para uma espécie de vigilância do ambiente, para que não fossem flagrados.
A suspeita inicial é de que tenha ocorrido abuso sexual.
O que diz a Polícia Penal
O diretor da Polícia Penal, José Franco Morais Júnior, informou que as investigações foram iniciadas e que todos os envolvidos já estão sendo ouvidos.
“Já captamos imagens do que foi registrado e o policial penal foi afastado temporariamente para evitar interferência nas investigações”, assinalou.
Acrescentou que medidas rigorosas vão ser adotadas, dentro do que está previsto em lei, caso os fatos sejam comprovados. “Não compactuamos com eventos desta natureza e as medidas serão rigorosas”, informou.
Os nomes dos envolvidos não está sendo divulgado porque a apuração ainda está em fase inicial.
Tiros contra presídio
Em maio, um procedimento administrativo também foi aberto contra um policial penal acusado de promover disparos contra o Centro de Detenção Provisória de Guarapari (CDPG) utilizando a própria arma.
Investigações do Serviço de Inteligência Prisional identificaram que trata-se de um policial recém-formado, aprovado no último concurso público para o cargo, que atuava no Complexo de Xuri, e está em estágio probatório.
"Ao ser confrontado com as evidências, assumiu a autoria dos disparos. O caso não se tratou de um ataque ou um atentado contra a unidade prisional", informou, por nota, a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) e a Polícia Penal do Espírito Santo (PPES).
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