O governo federal precisa ter um protagonismo maior na área de segurança pública, principalmente na articulação de uma base de informações de inteligência que auxilie no combate às organizações criminosas, avalia o governador Renato Casagrande.
Ele relata que a expectativa dos governadores do Sul e Sudeste é de que a PEC da Segurança Pública — que reformula a gestão da área e cria mecanismos para integrar forças de segurança pública do país em ações para o combate ao crime organizado — possa ser aprovada pelo Congresso Nacional. Uma votação que foi transferida para o próximo ano.
Até que isto ocorra, avalia Casagrande, é esperado mais presença do Palácio do Planalto. “Não tem razão nenhuma não ter o governo federal mais ativo, mas presente. É bom que o governo federal possa ser protagonista na segurança pública, principalmente nessa articulação de uma base de informações”
E destaca que para os grupos criminosos não há divisas, atuando em territórios de diversos estados. “Estão praticamente em todos os estados do Brasil”, acrescenta.
“Sufocar o crime”
No cenário estadual, os investimentos vão continuar sendo feitos, com foco em tecnologia e inteligência artificial que auxiliem o trabalho das polícias para o combate e elucidação dos crimes e redução da impunidade. “E se você reduz a impunidade, coloca em risco a atividade criminosa”, acrescentou Casagrande em entrevista para A Gazeta nesta terça-feira (23).
O desafio do próximo ano, segundo ele, será continuar “sufocando o crime”, com o enfraquecimento financeiro das organizações criminosas através da recuperação de drogas, armas e dinheiro.
Uma ação conjunta com outros poderes e com os municípios para levar serviços públicos às comunidades e impedir o domínio de território e de serviços públicos.
“O objetivo é impedir que tenham o domínio desses territórios, como no Rio de Janeiro. O que importa para nós é que nenhum grupo criminoso tenha o domínio de território ou controle de serviços ofertados à população”, assinala.
Redução de homicídios
Outro desafio, avalia o governador, será manter a queda no número de homicídios. A expectativa do governo é de que o ano se encerre com menos de 800 casos. Até esta segunda-feira (22) a marca estava em 774 homicídios.
“Temos uma trajetória exitosa de redução das mortes violentas. Saímos de um patamar de cerca de 2 mil casos para 800. Nós ficamos de 1980 até 2010 com o Estado sendo o segundo ou terceiro mais violento do Brasil. Hoje estamos na média brasileira, mas vamos avançar”, relatou.
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