Um convite a quem curte dicas e informações atuais sobre a reparação e manutenção de automóveis. Afinal, brasileiro é apaixonado por carro! Ricardo Barbosa é empresário do setor e comentarista do PitStop CBN, que vai ao ar toda segunda às 11h40.

Por que os carros atuais amassam mais do que os de antigamente em uma colisão?

Entre os mais experientes a gente escuta muito a expressão: “os carros de antigamente eram melhores porque aguentavam mais pancadas”; mas o que mudou?

Publicado em 16/12/2023 às 01h58
Atualizado em 16/12/2023 às 01h58
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Os carros de hoje amassam muito mais do que os de antigamente, mas o que está por trás disso?. Crédito: Vladimir Poplavskis/Freepik

Olá, amigos leitores de A Gazeta. Hoje eu trago para vocês uma curiosidade do mundo do automóvel. Vocês já devem ter ouvido falar que os produtos de antigamente têm durabilidade bem maior do que os atuais. E isso também se aplica aos automóveis. É verdade!

Os carros de antigamente eram mais resistentes porque utilizavam o mesmo tipo de aço. E com a evolução tecnológica, cada fábrica passou a atuar em inovações e lançar protótipos com novas estruturas, trazendo mais leveza, segurança e performance na dirigibilidade.

E aproveito para lançar, de início, a seguinte pergunta: por que os carros antigos eram mais resistentes? Entre os mais experientes a gente escuta muito a expressão: “os carros de antigamente eram melhores porque aguentavam mais pancadas!”

Mas, se por um lado a resistência preservava a lataria dos automóveis das décadas de 60, 70, 80, por outro, em uma colisão mais forte, o condutor e os passageiros estariam mais vulneráveis para sofrerem os impactos.

A estrutura desses carros antigos era composta de um aço muito resistente e em casos de colisão de pequena monta, a lataria em nada era comprometida. Mas quando ocorria uma colisão mais forte, o impacto era muito prejudicial ao carro, ao condutor e aos passageiros.

Isso porque muitas vezes o carro empenava, torcia ou, acreditem, desmanchava em uma forte colisão. E a maior consequência nos acidentes: o impacto atingia diretamente os passageiros.

A essa altura os leitores de A Gazeta devem estar fazendo a seguinte pergunta: o que mudou nas carrocerias dos carros mais novos?

Ao longo dos anos as fábricas dedicaram-se muito nos estudos de inovação tecnológica sobre o cockpit, que é o local do carro onde se posicionam o motorista e os passageiros. O fator “segurança” é considerado primordial e o airbag é fruto dessa evolução, resguardando muitas vidas em casos de colisão.

Zona de deformação programável

Fato é que os carros de hoje amassam muito mais do que os de antigamente mesmo e alguns motoristas chegam a utilizar a expressão “desmancham”. Mas esse efeito é o que identificamos como “zona de deformação programável” e o carro foi projetado justamente para ter essa zona de deformação com a finalidade maior de preservar o condutor do impacto em uma colisão.

Essas deformações são responsáveis por dissipar a energia de uma colisão e reduzir o impacto da força que chega até os ocupantes do veículo.

Explicando tecnicamente essa tecnologia, nós temos o monobloco de um carro com diferentes tipos de aço. E o que isso gera como consequência? Na prática, um aço pode amassar e colapsar mais do que o outro, mas há locais cuja resistência precisa ser maior, como por exemplo, a lateral do carro que precisa resistir ao impacto de uma colisão.

Continuando a explicação, se por um lado há partes em que o aço precisa ser mais rígido, há outras em que o aço mais macio deve se deformar. Geralmente eles estão posicionados nas extremidades dianteiras e traseiras, onde ocorrem, com mais frequência, as colisões.

Para-choques retráteis

Deixando aqui uma informação adicional aos leitores, os para-choques de hoje também têm tecnologia aplicada e são retráteis, o que indica, numa pequena colisão, que eles amassam, mas retornam ao estado anterior, absorvendo o impacto.

Muitas vezes escutamos a fala de alguns motoristas dizendo que “foi uma batidinha pequena, nem saltei do carro, não aconteceu nada no para-choque”. Mas quando a tampa traseira é aberta, verifica-se a extensão do amassado em virtude da absorção do impacto. O movimento é de bater e voltar para posição quase que original, mas esse movimento acaba amassando o painel e o assoalho traseiro.

A indagação final que proponho na coluna de hoje é: e o carro mais novo é mais seguro?

A resposta é sim. É bem mais seguro.

E registro aqui, para os leitores de A Gazeta, um estudo realizado nos Estados Unidos comparativo de dois marcos temporais: colisões com veículos na período de 1997 a 2007, aferindo-se que, a cada 100 mil carros com colisão registrada, havia uma taxa de 17,8% de mortes; e colisões com veículos a partir do ano de 2017 em diante, aferiu-se que, a cada 100 mil carros com colisão registrada, a taxa de mortalidade caiu para 10%.

A conclusão não é outra: fiquem tranquilos, amigos leitores, porque hoje os carros são bem mais seguros e a estrutura de aço é muito mais tecnológica e inteligente, com especial atenção à segurança do motorista e passageiros. Afinal: a preservação da vida vem em primeiro lugar!

Até a próxima coluna.

Forte abraço!

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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