Este é um espaço para falar de Política: notícias, opiniões, bastidores, principalmente do que ocorre no Espírito Santo. A colunista ingressou na Rede Gazeta em 2006, atuou na Rádio CBN Vitória/Gazeta Online e migrou para a editoria de Política de A Gazeta em 2012, em que trabalhou como repórter e editora-adjunta

O bolsonarismo foi subestimado, no ES e no Brasil

Disputa pelo governo do ES foi para o segundo turno; Magno Malta vai voltar ao Senado e Bolsonaro superou Lula no estado

Vitória
Publicado em 03/10/2022 às 02h10
Rose de Freitas e Magno Malta estão na frente na corrida ao Senado pelo ES
Renato Casagrande e Carlos Manato disputam o segundo turno pelo governo do Espírito Santo. Crédito: Arte A Gazeta

Somente no segundo turno os eleitores capixabas vão saber quem vai governar o Espírito Santo. É a primeira vez que isso acontece em 28 anos. O governador Renato Casagrande (PSB) passou à segunda etapa em vantagem, com 46,94% dos votos válidos, contra 38,48% de Manato (PL).

Embora os percentuais possam indicar o contrário, é o candidato do PL que está em curva ascendente. A pesquisa Ipec publicada na noite de sábado (1) indicava a vitória do socialista já no primeiro turno. O instituto não conseguiu captar a verdadeira intenção do eleitorado.

A militância e os apoiadores do governador, portanto, ficaram frustrados, enquanto os de Manato comemoraram.

E é nesse clima que começa a nova jornada.

Manato, durante toda a campanha, atrelou a própria imagem à do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL). Casagrande, embora apoie o ex-presidente Lula (PT) na corrida pelo Palácio do Planalto, não alardeou a aliança. 

Agora, a nacionalização do pleito local parece iminente. Os eleitores também levaram Lula e Bolsonaro ao segundo turno. E isso deve impactar os rumos da eleição por aqui.

A onda bolsonarista provou-se mais forte do que o esperado. Foi subestimada, tanto no Espírito Santo quanto no país.

Entre os eleitores capixabas, Bolsonaro é mais querido do que na média nacional. Por aqui, ele alcançou 52,23% dos votos. Lula, 40,40%.

No país, o petista ficou na frente: 48,24% a 43,36%. Bolsonaro é o primeiro presidente a passar ao segundo turno com menos votos que o adversário.

No Congresso Nacional, nomes apoiados pelo mandatário emplacaram. Um exemplo é o ex-senador Magno Malta (PL), que vai retornar ao cargo. Damares Alves (Republicanos-DF), que foi assessora de Magno antes de se tornar ministra do governo Bolsonaro, também vai assumir uma cadeira no Senado em 2023.

Isso dá ânimo aos bolsonaristas que ainda têm que pedir votos, como Manato. 

A nacionalização do pleito não interessa a Casagrande, que sempre pontuou querer discutir os temas do estado, 

Manato, por sua vez, para captar votos fora da bolha, tratou de temas não apenas afeitos ao cenário nacional. 

Destacou o debate sobre o aumento da pobreza e da fome – sem mencionar que isso ocorre em todo o país – a segurança pública e a saúde.

ALIANÇAS

Casagrande tem a maior aliança, formada por 11 partidos, inclusive o PP, que está na base de apoio a Bolsonaro. Conta com o endosso da maioria dos prefeitos e dos deputados federais e estaduais que estão no exercício do mandato.

O candidato do PL, entretanto, vai ter como cabos eleitorais, em tese, os vencedores Magno Malta e Gilvan o federal da Direita (PL). Gilvan, vereador de Vitória, foi o segundo candidato a deputado federal mais votado do estado, com 87.994 votos.

O deputado federal Helder Salomão (PT) o superou, reeleito com 120.337 votos. Helder apoia Casagrande.

APOIO DECLARADO

O ex-prefeito de Linhares Guerino Zanon (PSD) ficou em terceiro lugar na corrida pelo Palácio Anchieta, com 7,03% dos votos. E já declarou apoio a Manato no segundo turno.

Os dois haviam firmado um pacto de apoio mútuo caso um deles passasse à segunda etapa de votação.

Guerino é bolsonarista.

Audifax Barcelos (Rede), que ficou em quarto lugar, com 6,51% dos votos, já disse à coluna que não apoiaria Casagrande num eventual segundo turno.

O que se viu nos debates realizados pela TV Gazeta e por A Gazeta e CBN Vitória foi a estratégia do todos contra um, em que o redista, Guerino, Manato e Aridelmo Teixeira (Novo) centraram críticas no socialista.

Os eleitores de Guerino não necessariamente vão segui-lo e votar em Manato, mas, considerando o perfil de centro-direita do ex-prefeito de Linhares, o mais natural é que isso aconteça, se o eleitorado dele tiver a mesma inclinação ideológica.

Os de Audifax, embora tenham optado por um nome de oposição no primeiro turno, talvez sejam mais progressistas, considerando o partido do ex-prefeito da Serra.

Rede e PSol, que estão federados, são de esquerda. Certamente seus militantes preferem Casagrande a Manato.

Há ainda outro filão a ser explorado pelos candidatos: 20,77% dos eleitores aptos a votar não compareceram às urnas no Espírito Santo, mas nada impede que apareçam no segundo.

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