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Guerino, Manato e Audifax têm um pacto

Acordo é que dois deles apoiam o que for para o segundo turno com Casagrande, se houver nova disputa. Audifax não declara abertamente a parceria, mas há sinais, fortes sinais

Vitória
Publicado em 02/09/2022 às 12h31
Carlos Manato, Magno Malta e Guerino Zanon
Carlos Manato, Magno Malta e Guerino Zanon em evento de fórum evangélico, em Vitória. Crédito: Divulgação

Os candidatos ao governo do Espírito Santo Audifax Barcelos (Rede), Guerino Zanon (PSD) e Carlos Manato (PL) têm um pacto de apoio mútuo no segundo turno. Se houver uma segunda etapa de votação, dois deles vão apoiar o que for para a disputa direta contra o governador Renato Casagrande (PSB), que tenta a reeleição.

"Quem não for pro segundo turno apoia o outro, sem negociata. Isso está combinado há meses", afirmou Manato à coluna, nesta sexta-feira (2), referindo-se a Guerino.

O candidato do PSD, por sua vez, declarou apoio ao do PL, nas mesmas condições, em evento nesta quinta-feira (1º), no Espaço Patrick Ribeiro, realizado pelo Fórum Evangélico Nacional de Ação Social e Política (Fenasp-ES).

“Se nem você (Manato) nem eu ganhar a eleição no 1º turno, com o desejo do povo que um dos dois vá para o segundo, o outro bate a ligação, nem precisa bater, para saber que estaremos juntos até o final”, disse Guerino.

O fórum, no estado, é coordenado pelo pastor Romerito Oliveira.

No evento, também estava o ex-senador Magno Malta, presidente estadual do PL e candidato ao Senado.

"Também tem conversa com o Audifax, pessoa física, sem envolver a coligação dele", adiantou Manato.

O ex-prefeito da Serra prefere não fazer um anúncio a respeito da parceria. "Está cedo ainda para falar isso, em respeito aos meus eleitores", respondeu à coluna, nesta sexta-feira (2), quando questionado sobre um eventual segundo turno.

Mas outra frase dele dá a dica: "Tá na hora de trocar quem está comandando o Palácio Anchieta".

Pessoas próximas ao redista garantem: Audifax vai apoiar Guerino ou Manato, se um deles for para o embate direto com Casagrande. Ou receber o apoio dos dois, caso o ex-prefeito da Serra ascenda na disputa.

"Chance zero de ficar com Casagrande", diz um aliado do ex-prefeito.

Manato, entretanto, quer distância da Rede, um partido de centro-esquerda. "Se o Audifax for para o segundo turno eu apoio ele, mas só CPF. Sempre tive relação com ele, mas a relação com a coligação dele é zero", complementou.

Além da Rede, o PSOL, que está federado com o partido de Audifax, integra a coligação, além de Solidariedade e Avante.

"Nelson Junior, se se afastar do Avante, também gostaria do apoio dele", emendou Manato.

O pastor Nelson Junior é candidato ao Senado, concorre contra Magno Malta, correligionário do candidato do PL ao governo. Mas após o primeiro turno as coisas podem mudar, se Nelson não for eleito.

Audifax, apesar de filiado à Rede, tem um discurso que não destoa muito dos conservadores Manato e Guerino. O ex-prefeito da Serra, entretanto, não se associa ao presidente Jair Bolsonaro (PL), ao contrário dos outros dois.

Com a coligação de Guerino não há problema, segundo Manato. Os partidos que integram o grupo, além do PSD, são PMB e DC.

O ex-prefeito de Linhares já conta, informalmente, com o endosso do vereador de Vila Velha Devanir Ferreira, que é secretário-geral do Republicanos. O Republicanos não coligou com ninguém na disputa pelo Palácio Anchieta.

Lançou, na majoritária, o presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso, para o Senado.

O MAIS BOLSONARISTA

Casagrande lidera as pesquisas de intenção de voto e tem o apoio da maioria dos partidos, dos prefeitos e dos deputados do estado.

Com a saída do senador Fabiano Contarato (PT) da corrida pelo governo, a divisão de votos da esquerda ou centro-esquerda tornou-se menos factível.

O outro candidato desse polo é o Capitão Vinicius Sousa, do nanico PSTU.

Aridelmo Teixeira (Novo), de direita, não deve pedir votos para o governador em um eventual segundo turno.

O sétimo nome concorrendo ao Executivo estadual é o de Claudio Paiva, do também tímido PRTB.

Ele faz campanha com foto colada à do presidente da República. Certamente também não ficaria ao lado de Casagrande. Deve se juntar aos outros. 

"Na campanha um fala uns negocinhos aqui, outro ali e é mal interpretado", minimizou Manato.

Sobre o uso do nome e da imagem de Bolsonaro por outros candidatos, ele diz não se incomodar. 

"Não me incomodou. Guerino não se colocou como o candidato do presidente. Ele disse que vai votar nele", afirmou o candidato do PL.

Manato, entretanto, não perdeu a chance de afirmar, no último dia 5, que só ele, Manato, tem "história com Bolsonaro".

"Se Audifax quiser votar no Bolsonaro também, pode votar. Quanto mais, melhor", complementou.

"Agora, eu falo 100 vezes de Bolsonaro por dia. Meu material de campanha é todo com Bolsonaro", ressaltou Manato.

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