O prefeito de Cariacica, Euclério Sampaio, mostrava-se até recentemente bastante disposto a sair do MDB para disputar o Senado em 2026. O destino provável dele era o União Brasil e isso ainda é uma possibilidade. Mas o prefeito agora adota outro tom.
Inicialmente, ele pretendia trocar de partido "para não ter problema" com a ex-senadora Rose Freitas, já que a emedebista também quer disputar o Senado.
Nesta terça-feira (4), porém, Euclério afirmou outra coisa à coluna: "Já estou até mudando de ideia: o partido vai decidir. O interesse dela é legítimo, mas se eu ficar no MDB a gente coloca em votação".
"Tem que ouvir o partido. Quem eles querem, Rose ou eu? Isso (a votação) deve ser feita no momento oportuno", completou.
"Não vi ela apoiando Ricardo (como pré-candidato ao governo) publicamente. Ela tem que demonstrar que está com o partido", provocou ainda Euclério.
Na última quinta-feira (30), Rose afirmou que ela e o prefeito continuam amigos. "Vamos decidir isso (qual dos dois vai se candidatar ao Senado) no seu tempo e na sua hora".
Ela também destacou que conta com o incentivo do presidente nacional da legenda, Baleia Rossi.
O MDB não tem um diretório estadual eleito e sim uma comissão provisória, presidida pelo vice-governador Ricardo Ferraço, que é pré-candidato ao governo do Espírito Santo.
A legislação eleitoral até permite que um partido lance dois candidatos ao Senado, quando duas vagas estão em disputa, como é o caso de 2026, mas isso é algo raro. Afinal, trata-se de uma disputa acirrada e uma campanha cara, principalmente para uma sigla que já vai concorrer ao comando do Executivo estadual.
O QUE DIZ RICARDO
Ricardo Ferraço já disse que o partido pode participar apenas da corrida pelo Palácio Anchieta ou lançar também um nome ao Senado, mas o martelo ainda não foi batido.
Na prática, o vice-governador e o prefeito de Cariacica estão bem próximos politicamente, o que conta pontos pró-Euclério no MDB.
COMPASSO DE ESPERA
Nada impede também que o prefeito seja candidato por um partido aliado, como o União Brasil, e siga na parceria com o vice-governador. "Estou esperando a federação (formada por União e Progressistas) declarar apoio a Ricardo. Se a federação decidir apoiar o projeto encabeçado por Casagrande (com Ricardo candidato ao governo) eu vou para o União. Se não, vou ficar no MDB", cravou o prefeito de Cariacica.
O União, presidido pelo presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Santos, já está declaradamente com Ricardo.
O PP, liderado pelo deputado federal Da Vitória, entretanto, manifestou-se de forma bem contida. O parlamentar afirmou, em maio, que o Progressistas vai apoiar "o projeto de Casagrande, que pode ser Ricardo".
E, até agora, não foi além disso.
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