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Você compraria um carro de marca chinesa?

Montadoras da China estão investindo forte na eletrificação de veículos e, naturalmente, esses modelos são cada vez mais comuns no mercado brasileiro

Vitória
Publicado em 16/03/2023 às 01h58
Atualizado em 16/03/2023 às 01h58
BYD inicia pré-venda do SUV híbrido Song Plus DM-i
Song Plus DM-i da BYD: montadora chinesa chega no Brasil com proposta sólida de permanência, dando segurança a compradores. Crédito: BYD/Divulgação

A pergunta título deste texto faz todo sentido para o atual momento do mercado. Afinal de contas, com a eletrificação dos veículos, as marcas chinesas estão investindo forte nesse nicho de mercado e, naturalmente, são cada vez mais comuns no mercado brasileiro.

Mas será que dá para confiar tranquilamente no investimento de um carro chinês?

No texto de hoje, mostro algumas informações que ajudarão você a ter uma melhor noção do momento de algumas marcas no mercado brasileiro. Dentre as marcas chinesas, meu destaque 100% positivo é a Chery, que hoje se chama no Brasil Caoa Chery.

E é exatamente pelo motivo desse nome que o destaque é positivo. Em 2017, o Grupo Caoa, que é o responsável pela grande participação da Hyundai no mercado brasileiro, comprou cerca de 50% de toda operação da Chery no Brasil.

Isso significa que a Caoa, que já tem experiência em produção, logística e comércio de veículos aqui no Brasil, passou a investir toda essa expertise na Chery. O resultado é esse que temos visto. Basta ligar a televisão para vermos uma propaganda dos carros da marca.

Mas não se engane, marketing forte são características de boa parte dessas montadoras, porém, isso não é motivo algum para se sentir confiante com a marca. O que realmente vejo com grande relevância é o investimento de produção aqui no Brasil.

A Caoa Chery possui uma fábrica no interior de São Paulo, mais precisamente em Jacareí. Porém, por passar a focar somente em veículos híbridos e elétricos, toda a produção da Caoa Chery passou a ser na fábrica já instalada e validada em Anápolis (GO). Dividindo, assim, a rede de produção entre Hyundai, que já tinha alguns modelos produzidos pela Caoa Chery. Esse fato traz segurança, pois mostra que a marca está realmente investindo no mercado brasileiro.

Outra marca que tem me passado boa impressão é a BYD.

Vale frisar que estamos falando de carros que vieram para competir com a linha premium. Até pela faixa de preço em que estão posicionados. Sendo a qualidade de acabamento, a tecnologia e o design características marcantes desses veículos.

Da mesma forma que exalto a Caoa Chery por investir na produção dos modelos aqui no Brasil, recentemente, depois de bastante negociação e de até ter desistido do negócio, a BYD anunciou a aquisição da fábrica da Ford na Bahia, mais precisamente, localizada em Camaçari.

Além dessa ação ter expectativa de gerar em torno de 1.200 empregos diretos, podemos destacar o fato que a montadora está investindo pesado no mercado brasileiro. Isso gera mais credibilidade para a marca e segurança para o consumidor, resultando em mais pontos de venda e pós-venda, podendo potencializar a sua participação no mercado local.

Outra montadora chinesa que chega ao Brasil fazendo barulho e investindo pesado em propaganda é a Great Wall Motors (GWM), que contratou o DJ Alok como embaixador da marca no Brasil.

Ela traz um apelo bastante tecnológico e vincula sua imagem a um artista carismático e querido aqui no Brasil. Além disso, a GWM adquiriu, em 2021, a fábrica que era da Mercedes-Benz, localizada em Iracemápolis, interior de São Paulo. A marca promete produzir até 100 mil veículos por ano no Brasil.

Em contrapartida às marcas citadas acima, destaco a Jac Motors. Para quem não sabe, seguindo a tendência do mercado, a Jac também está investindo 100% em carros elétricos. O problema é que a montadora não passa segurança em relação a pontos de vendas e pós-vendas.

Podemos usar como exemplo o próprio mercado capixaba, que hoje não conta sequer com nenhuma concessionária da marca e que tem apenas uma oficina mecânica credenciada para oferecer atendimento de pós-venda para quem tem um Jac na garagem.

Enfim, esse é um panorama geral das marcas que estão com maior relevância no mercado no momento.

Podemos considerar o momento atual como uma segunda investida chinesa ao mercado brasileiro, visto que, na virada da década passada, vimos isso acontecer com foco nos modelos populares. O resultado foi que as montadoras ocidentais venceram com folga a disputa por oferecerem veículos mais seguros e bem acabados.

Será que agora, nesta nova fase do mercado automotivo chinês com foco em veículos híbridos e elétricos, seus carros irão se estabelecer no mercado brasileiro?

Essa resposta somente o tempo poderá dizer.

Você compraria um carro de marca chinesa?

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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