Jornalista de A Gazeta há 10 anos, está à frente da editoria de Esportes desde 2016. Como colunista, traz os bastidores e as análises dos principais acontecimentos esportivos no Espírito Santo e no Brasil

Vitória e Real Noroeste têm o desafio de tirar o futebol capixaba da Série D

O futebol do Espírito Santo está há 11 anos na Quarta Divisão do Campeonato Brasileiro. Esperança de sair dessa incômoda prateleira está nos pés de alvianis e merengues

Publicado em 19/09/2020 às 06h00
Atualizado em 19/09/2020 às 06h00
Edinho é o craque do Vitória. E Peixoto é um dos destaques do Real Noroeste
Edinho é o craque do Vitória. E Peixoto é um dos destaques do Real Noroeste. Crédito: Vitor Nichio/Vitória e Junior Sapo/Real Noroeste

Série D do Campeonato Brasileiro chega à sua 12ª edição em 2020. O futebol capixaba segue estagnado nessa incômoda prateleira desde 2009, ano de criação da Quarta Divisão do futebol brasileiro. Nestas 11 temporadas, os times do Espírito Santo bateram na trave em alguns anos, e tiveram campanhas muito ruins em outros. Na maior parte deste tempo, o torcedor teve muita dificuldade para sonhar com o acesso à Série C.

Neste sábado (19), o sonho se renova mais uma vez. O Real Noroeste recebe o Goiânia no Rochão, às 15h, e o Vitória encara o Goianésia às 18h, no Estádio Valdeir de Oliveira. Nestas duas equipes estão as esperanças de seus torcedores e também daqueles que torcem pelo crescimento do futebol local de uma forma geral. Os jogadores dos dois times sabem o quanto significa a Série D para um Estado que não aguenta mais estar na parte final da fila do esporte no país.

Entretanto, se existe uma temporada em que tudo pode acontecer, talvez seja exatamente esta. A pandemia provocada pelo novo coronavírus paralisou o futebol brasileiro por meses, com uma diferença mínima de um estado para outro. Logo a Série D, que por si só, é uma competição equilibrada, pode ganhar um ar de imprevisibilidade ainda maior. Muitos times que estão na competição sofreram muito sem o andamento das atividades. Elencos foram desfeitos, treinos ficaram escassos e a preparação foi realizada às pressas.

A competição começa com um grande ponto de interrogação na cabeça de todos. E seguirá assim pelo menos por boa parte da primeira fase, até a consolidação do trabalho de cada treinador. Até o momento, alguns mal conhecem seus elencos, e ainda terão que lidar semanalmente com os testes de Covid-19, que poderão acusar desfalques importantes em uma partida ou outra.

O sopro de esperança para o futebol capixaba está justamente em não ter se prejudicado tanto. Em decisão no mínimo muito questionável, o Real Noroeste seguiu treinando durante todo o período de pandemia. Por mais que na fase preliminar não apresentou um futebol que traduza isso, ainda larga na frente de alguns concorrentes. O Vitória agrega seu trabalho de longo prazo com a contratação de jogadores de confiança do técnico Rodrigo Fonseca. É um time que chega mais preparado e cascudo para a competição.

Outro cenário imposto pela Covid-19, pelo menos neste primeiro momento, é a ausência do torcedor. Ou seja, a pressão externa inexistirá. Melhor para quem joga bola. Na teoria, melhor para quem se preparou mais e também para quem tem as melhores peças. Mas claro que tudo isso precisa se traduzir no gramado, que estará certamente maltratado na maioria dos campos por aí.

A Série D chega embalada por um mar de incertezas e prometendo muitas surpresas. Poucas previsões e apenas uma única constatação: é permitido sonhar.

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