Tudo sobre mobilidade elétrica e carros elétricos são assuntos abordados na coluna da engenheira e diretora da Abravei, Aline Gonçalves Santos. Pioneira na instalação de carregador de carro elétrico no ES, lançou um Fusca 100% eletrificado

Ganhar dinheiro com recarga de carro elétrico é possível?

Mesmo com a possibilidade de ganhos extras com a instalação dessas estações por empresas particulares, mercado ainda está engatinhando nesse sentido

Vitória
Publicado em 29/03/2023 às 15h14
Carro elétrico, estação de carga
Empresa capixaba compartilha os lucros do abastecimento com o comércio onde a estação está instalada, o que acaba se tornando uma receita recorrente para os dois parceiros. Crédito: Shutterstock

Os carros elétricos já são uma realidade e devem continuar crescendo nos próximos anos no Brasil, segundo um estudo encomendado pela General Motors. Até 2035, o país provavelmente chegará à marca de 5,5 milhões de elétricos circulando nas ruas. Isso significa que mais pessoas vão precisar de pontos para recarregar seus automóveis plug-in.

No Espírito Santo, essa realidade ainda é bastante embrionária. Há poucas estações para atender às necessidades dos motoristas de carros elétricos. As que existem, atualmente, são por meio de parceria com a EDP, espalhadas em pontos estratégicos da Grande Vitória e no interior, ou por meio de instalação de empresas especializadas.

Um exemplo é a startup capixaba Ecodot. Fundada em 2021 por David Tarcisio de Souza Lima, engenheiro civil e sua esposa e sócia, Laila Santos Oliveira de Souza Lima, ambos vislumbraram a oportunidade de investir em infraestrutura para carros elétricos. No entanto, eles esbarram ainda na falta de cultura por parte do mercado ao oferecer a instalação das estações da empresa em locais como comércio.

Ecodot, estação de recarga de carro elétrico
Aplicativo da Ecodot mostrando pontos de recarga da empresa. Crédito: Ecodot/Divulgação

Mas, de acordo com David, ainda há muita resistência por parte dos comerciantes, mesmo oferecendo de forma gratuita, dependendo da negociação com o ponto comercial, o carregador e a instalação. Em uma conversa com o empresário, ele avalia que muitos comerciantes não enxergam o futuro promissor do mercado de carros elétricos. E que instalar um ponto de recarga, além de trazer novos clientes, ainda se torna um diferencial para a empresa, pois mostra que ela se preocupa com a questão ambiental.

No caso da Ecodot, a empresa compartilha os lucros do abastecimento com o comércio onde a estação está instalada, o que acaba se tornando uma receita recorrente para os dois parceiros, visto que uma hora ou outra, alguém vai precisar estacionar o carro para recarregá-lo. Pelo aplicativo do celular, o motorista que vai recarregar seu carro, destrava a tomada e faz o pagamento de acordo com o tempo em que o carro ficar carregando.

Ecodot, estação de recarga de carro elétrico
Ponto de recarga da Ecodot em supermercado localizado em Jardim Camburi. Crédito: Ecodot/Divulgação

A falta de cultura e de enxergar esse tipo de oportunidade tem sido um entrave para que mais estações de carregamento possam surgir em diversos pontos da Grande Vitória e também nas cidades do interior. E isso impede o crescimento exponencial desse mercado, pois se há a instalação de carregadores, há a necessidade de material elétrico, infraestrutura e mão de obra especializada.

Mas quando há entraves, como essa falta de cultura, isso acaba atrapalhando muito o crescimento, porque quem compra carro elétrico quer saber como vai fazer para recarregá-lo. Se o motorista não tem garantia disso, por que vai decidir comprar um veículo eletrificado se não há estrutura?

Ecodot, estação de recarga de carro elétrico
David e Laila, sócios da Ecodot. Crédito: Ecodot/Divulgação

Em outros países na Europa e também Estados Unidos, onde a eletrificação da frota tem andado de forma mais rápida, a presença de carregadores também cresce na mesma proporção, gerando mais segurança para quem está fazendo a troca de um veículo a combustão por um eletrificado.

Então, é preciso conscientização e que se forme uma cultura de oportunidade, além do senso de urgência com a crise climática, para que cada vez mais os carros elétricos possam tomar as ruas do Espírito Santo, contribuindo para um ar mais limpo e um futuro sem emissão de gases tóxicos.

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