Como entender o comportamento intestinal de um bebê? O bebê chegou ao mundo e muitas dúvidas podem surgir sobre diversos aspectos, mas um dos campeões em consultório de acupuntura e osteopatia pediátrica é o questionamento sobre o cocô. Não há certo ou errado, somente um bebê aprendendo como será seu funcionamento agora que já não está mais ligado ao cordão umbilical, local ontem antes fazia suas eliminações.
As primeiras evacuações do bebê costumam ser bem escuras, parecendo piche, e chamamos de mecônio. Conforme os dias vão passando, com a ingestão do leite materno, a coloração fica esverdeada, migrando para a amarelada. Neste momento os pais ficam bastante aflitos, pois na eliminação amarelada líquida costumam vir gruminhos, e a frequência evacuatória pode chegar a extremos, em que o bebê fica até cinco dias sem evacuar ou então faz cocô mais de cinco vezes por dia. O alívio vem quando entendemos que todas essas variações são normais, e provém da imaturidade intestinal da criança.
Evolutivamente, necessitaríamos de um tempo maior de gestação, para um maior desenvolvimento e formação completa de órgãos. No entanto, se isso ocorresse, as chances de sobrevida da mãe no parto seriam bem baixas, uma vez que um bebê grande e desenvolvido não teria tamanho compatível com a pelve da mãe. Toda essa prematuridade nos levou a nascer extremamente dependentes da mãe, diferente de outros animais, que ao nascer já andam e logo já podem desmamar. Um bebê humano tem todo um tempo a mais para amadurecer o funcionamento intestinal de forma extra gestacional, e isso muitas vezes se reverte em cólicas intestinais e uma frequência evacuatória que ninguém consegue entender.
Após os seis meses há a introdução alimentar e o cocô se torna pastoso e amarronzado. Neste momento o cheiro já costuma ser desagradável, mas ainda é considerado normal. Crianças que tomam fórmula além do leite materno, que usam medicamentos para cólicas ou suplementos vitamínicos e minerais podem ter alteração na coloração das fezes.
Como o bebê ainda não verbaliza o que está sentindo, muito pais se preocupam se há desconforto nesse meio de incertezas intestinais. Existem duas maneiras semiológicas para avaliar clinicamente o que está acontecendo a uma pessoa, são elas os sinais e os sintomas. O sintoma é um sistema de comunicação em que o paciente refere sobre a característica do que está sentindo, sobre o local, sobre o que melhora ou piora e a duração do que sente. Quando pensamos em uma criança, não há essa opção, nos resta a observação dos sinais.
E o corpo dá sinais mesmo, através do choro, de braços e pernas agitados, de preensão das mãos, de faces de dor, de rigidez abdominal, de relaxamento após a evacuação. Os sinais são os traços que o corpo manifesta que nos permite conhecer, reconhecer ou prever algo naquela criança. Restaurando o movimento intestinal ou de outras estruturas do corpo que contribuem com as eliminações por fezes, promovendo equilíbrio e trânsito adequados, a osteopatia pediátrica e a acupuntura pediátrica são promessas de alívio para o bebê e tranquilidade para os pais como opções de tratar de forma não invasiva e indolor, não medicamentosa e que respeita o crescimento e desenvolvimento em cada fase da vida.
Os aspectos comportamentais da evacuação no adulto também têm início na infância. Quando os pais se queixam do cheiro do cocô, fazem faces de nojo ou recriminam o ato de alguma forma, podem criar futuros adultos de prendem ou evitam a evacuação, hábito que pode ser muito ruim. As eliminações são processos naturais do corpo e devem ser tratadas como tal.
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