É Fisioterapeuta, acupunturista e especialista em avaliação e tratamento de dor crônica pela USP. Entende a saúde como um estado de equilíbrio para lidar com as adversidades da vida de forma mais harmônica

Como a medicina chinesa enxerga a ansiedade

Um dos sinais que encontramos em casos de ansiedade é a ponta da língua bem vermelha, algo que pode ser utilizado na observação durante a avaliação, a fim de fechar um diagnóstico

Publicado em 10/05/2021 às 02h00
Pessoa ansiosa
Normalmente as pessoas que experimentam distúrbios de ansiedade costumam enxergar perigo em tudo, têm tensão muscular, mudanças nos hábitos sociais. Crédito: Seva Levitsky/ Freepik

Algo extremamente comum no cotidiano moderno, a ansiedade pode ser considerada um transtorno que inclui preocupação intensa, excessiva e persistente e medo de situações cotidianas.

Um transtorno é uma alteração na saúde que nem sempre está associada a uma doença propriamente dita, embora possam representar grandes incômodos para um paciente. Podem ocorrer nos transtornos de ansiedade a frequência cardíaca elevada, respiração rápida, sudorese e sensação de cansaço.

Normalmente as pessoas que experimentam distúrbios de ansiedade costumam enxergar perigo em tudo, têm apetite desregulado, alterações de sono com frequência, tensão muscular, mudanças nos hábitos sociais, inquietação constante, pensamentos obsessivos, sofrem muito com o perfeccionismo e habitualmente tem problemas digestivos.

De acordo com a medicina tradicional chinesa, é possível classificar a ansiedade em casos de excesso, deficiência e estagnação de energia. Em casos de excesso a ansiedade é muito intensa e pode estar acompanhada de irritabilidade, dores de cabeça, agitação mental e insônia. Quando há um quadro de deficiência de energia, percebemos uma ansiedade mais branda que piora ao anoitecer, vem com transpiração nos pés e mãos e transpiração noturna, bem como voz trêmula. Já na estagnação energética a ansiedade aparece com mau-humor e distensão abdominal. 

Um dos sinais que encontramos em casos de ansiedade é a ponta da língua bem vermelha, algo que pode ser utilizado na observação durante a avaliação, a fim de fechar um diagnóstico. Fechando um diagnóstico de forma correta, é possível escolher o melhor método terapêutico. Muita gente não sabe, mas a medicina tradicional chinesa inclui abordagens como acupuntura, fitoterapia, dietoterapia, meditação, exercícios físicos e o toque. 

Em casos de excesso de energia o princípio terapêutico é acalmar, sedar e refrescar o sistema corporal. Para isso são prescritos alimentos que promovam essas características, como por exemplo tomates e laranjas. Além disso, com a acupuntura a sangria pode ser considerada, dependendo do caso.

Quando se fala em deficiências energéticas o objetivo do tratamento será tonificar e estimular, e para isso pode se usar moxa para aquecer pontos além das agulhas na acupuntura, com muita atenção às indicações para o caso. Na fitoterapia, a camomila e a valeriana podem ser prescritas, pois têm natureza picante.

Numa ansiedade por estagnação de energia deve-se promover a circulação e o movimento energético ao longo do corpo, com isso, atividade física e respiração ajudarão bastante. Resolver emoções reprimidas também tem um papel importante para tirar aquela sensação de aperto no peito.

O tratamento da ansiedade em todos os casos exige acompanhamento psicológico e deve ser associado a mudanças de hábitos e muitas práticas de medicina chinesa.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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