A Suzano vai inaugurar, em novembro, a sua primeira fábrica de papel no Espírito Santo. A capacidade é para 60 mil toneladas por ano e o investimento foi de R$ 650 milhões. A inauguração será algo protocolar, já que a unidade está operando desde o começo de agosto. O ramp up, que é o começo da produção, está se dando em uma velocidade maior que a média e a expectativa dos executivos é de que em mais seis meses a fábrica já esteja na sua capacidade máxima. Trata-se de um importante passo da companhia no trabalho de agregar valor à produção de celulose. Com esta inauguração, o Estado passa a abrigar toda a cadeia do papel - do plantio da árvore ao porto.
"O conhecimento adquirido e a tecnologia empregada possibilitam que essa aceleração inicial esteja sendo mais rápida que o comum. A expectativa de alcançarmos 100% da capacidade em seis meses se dá pelo fato de termos uma demanda reprimida por papel tissue (para higiene pessoal) no Sudeste brasileiro, que é a região que será atendida pela fábrica de Aracruz. A ideia, além de aumentar a produção e atender o mercado, é avançar na nossa eficiência e também na dos nossos clientes. Um centro de distribuição foi construído ao lado da fábrica de Aracruz justamente para ampliar a eficiência de atendimento. Vamos, com isso tudo, suprir a demanda existente e abrir novos mercados", explicou Luís Bueno, vice-presidente de Bens de Consumo e Relações Corporativas na Suzano
Se a capacidade máxima será atingida tão rapidamente, isso significa que um novo investimento está para ser anunciado? Por ora, não. "A companhia está focada na conclusão da joint venture (empreendimento em conjunto) feita com a Kimberly Clark no mundo. Além disso, há um excesso de capacidade no Brasil. Vamos aguardar e ver como as coisas vão se desenrolar. O Brasil ainda tem muito por avançar no uso de tissue, por isso, em algum momento do futuro pode haver uma expansão, mas não agora", detalhou Bueno.
Das 60 mil toneladas anuais, 30 mil irão para a fábrica de Cachoeiro de Itapemirim - que converte a bobina de papel nos produtos finais (lenços e papel higiênico, por exemplo) - e 30 mil serão convertidas na própria linha de Aracruz. "É outro ganho relevante, já que, hoje, as bobinas que abastecem Cachoeiro precisam vir de Mucuri, no Sul da Bahia. O Espírito Santo, importante observar isso, passar a ter toda a linha do papel: eucalipto, celulose, papel, conversora e porto. É algo bastante relevante para a economia regional", assinalou o executivo.
A Suzano, líder global na produção de celulose (matéria-prima do papel) a partir da fibra de eucalipto, é e seguirá sendo uma gigante na produção da commodity. Mas, em meados da década passada, a companhia tomou a decisão de agregar valor à sua produção e entrou pesado no mercado de tissue, que são papéis para higiene pessoal. A Suzano investiu em fábricas, comprou a Kimberly Clark no Brasil e, hoje, já é dona da maior fatia do mercado nacional. No mundo, fora os Estados Unidos, o conglomerado brasileiro adquiriu 51% da Kimberly Clark. É uma mudança relevante nos rumos da empresa e também nos rumos da economia capixaba.
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