Empresários e dirigentes de entidades da indústria brasileira encerraram, nesta quinta-feira (04), uma série de reuniões em Washington, capital dos Estados Unidos, na tentativa de reduzir a tarifa de 50% imposta pelos EUA em cima dos mais variados produtos brasileiros. Por se tratar de uma comitiva montada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o setor mais representativo do Espírito Santo era o de rochas. Cerca de 80% da indústria brasileira de rochas, que exportou US$ 711 milhões (quase R$ 4 bilhões) para os EUA em 2024, está concentrada em solo capixaba.
"Ficou claro que o componente político é muito forte e que, portanto, o caminho que temos pela frente ainda é longo. O vice-secretário de Estado dos Estados Unidos, Christopher Landau, em reunião com o presidente da CNI (Ricardo Alban), foi muito claro em relação à questão política. Como não iremos entrar em debate político, continuaremos nos argumentos técnicos. As pedras brasileiras não concorrem com a produção americana e são utilizadas maciçamente no acabamento das casas. Portanto, um aumento no custo das rochas brasileiras nos Estados Unidos irá impactar diretamente o custo de se construir uma casa nos Estados Unidos. Não vejo como isso possa ser interessante, sob qualquer aspecto", explicou Fábio Cruz, vice-presidente do Centrorochas (entidade que representa os exportadores), que está à frente das negociações desde julho, quando o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou o tarifaço.
A única coisa que esbarrou em política (mas interna) na argumentação dos brasileiros foi a lembrança de que uma das bandeiras de Donald Trump nas eleições de meio de mandato, no ano que vem, é dar mais acessibilidade à moradia nos Estados Unidos, inclusive com ações para reduzir custo de materiais. A situação das rochas brasileiras encaixa-se como uma luva nesse discurso...
"A argumentação técnica é muito sólida. Estamos trabalhando ao lado de entidades muito fortes nos Estados Unidos, temos confiança, mas também temos a ciência de que o caminho não será curto", assinalou Cruz.
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