A indústria de rochas do Espírito Santo viu as exportações para os Estados Unidos encolherem algo próximo a 40% nos primeiros 20 dias da tarifa de 50% imposta pelo governo norte-americano em cima das exportações do Brasil. Trata-se de uma estimativa feita pelo Centrorochas (entidade que representa os exportadores) comparando o mês de junho, imediatamente anterior ao anúncio das tarifas, com agosto. O Estado responde por 80% da produção brasileira.
"As coisas ainda estão muito incertas. Inclusive é uma questão que vai além das tarifas, a imprevisibilidade atrapalha demais. A exclusão do quartzito, que é um produto forte no Brasil, que o público norte-americano gosta e tem alto valor agregado, ajudou, mas não é suficiente para segurar a produção capixaba. Tivemos agora a notícia de que a Índia, que é um grande concorrente nosso no granito, pagará uma tarifa de 50% nos Estados Unidos, ou seja, ficam em pé de igualdade conosco, o que é muito importante também. Além disso, as negociações continuam e estamos otimistas com um desfecho positivo. Pode não ser agora, mas confiamos que é uma boa alternativa para os próximos meses", explicou Tales Machado, presidente do Centrorochas.
A Índia estar na mesma situação dos exportadores brasileiros ajuda bem em termos de competitividade, mas a coisa vai além. Na semana que vem, o setor, ao lado de entidades poderosas nos Estados Unidos, caso da NAHB (National Association of Home Builders), que representa mais de 140 mil construtores norte-americanos, apresentará a sua defesa ao Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR), Jamieson Greer, que é o negociador nomeado por Donald Trump.
"Os Estados Unidos importam 85% das rochas que eles usam por lá. Cerca de 25% de tudo isso vem do Brasil. A questão fundamental é que a rocha brasileira não compete com a norte-americana, já que as nossas são utilizadas internamente nas casas e as deles vão para os espaços públicos. Como não há substituição interna, a tarifa vai encarecer as casas por lá. Temos confiança em uma reviravolta", disse Fábio Cruz, vice-presidente do Centrorochas.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.
