
O governo do Estado publicou, nesta sexta-feira (25), o edital para a contratação da gestora privada que tocará o Fundo de Descarbonização do Espírito Santo, que financiará, por exemplo, projetos de energia renovável (eólica, solar e outras), eficiência energética, produção de biogás/biometano, produção de biomassa/biocombustíveis, tecnologias limpas de produção industrial, projetos de restauração florestal e implantação de práticas agrícolas sustentáveis. A expectativa é de que a gestora esteja definida até 1º de agosto, quando será convocada para as diligências.
A casa tomará conta de um fundo que pode chegar a ter mais de R$ 1 bi para aportar em projetos. Só o Fundo Soberano do Estado do Espírito Santo já se comprometeu a colocar R$ 500 milhões. O governo capixaba, que está à frente do processo, espera atrair capital de instituições como Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento, instituições filantrópicas e de empresas de grande porte interessadas em fazer parcerias com projetos de descarbonização (a Vale, por exemplo). Há muitas conversas em andamento, mas a aposta é de que os apertos de mão só se darão depois da definição da gestora.
"Por isso que este passo que estamos dando, que é o lançamento do edital, é tão importante. Instituições de fomento e grandes empresas só colocarão dinheiro no projeto depois de analisarem com profundidade a gestora que tocará o fundo. Tudo tem que estar amarrado para que as coisas de fato andem, afinal, projetos de descarbonização só sairão do papel com oferta relevante de capital a juros acessíveis. Precisamos investir 2% do PIB ao ano até 2050, não será fácil", explicou o governador Renato Casagrande, que quer já estar com o Fundo de Descarbonização rodando em novembro, quando será realizada a COP-30, em Belém do Pará.
A gestora a ser escolhida precisa ter, no mínimo, um patrimônio líquido sob gestão de R$ 600 milhões. A proposta deverá apresentar uma estrutura que envolva ações concretas voltadas à descarbonização da economia. A empresa, que pode ser de fora do Espírito Santo, será responsável por implementar a governança do fundo e escolher os aportes que serão feitos. Só poderão receber recursos sociedades empresariais instaladas no Estado do Espírito Santo.
As taxas de juros para o tomador que serão praticadas só serão definidas mais para frente, com o gestor no comando. O Fundo Soberano do Estado, como investidor, estipulou um retorno mínimo para o seu aporte de IPCA (inflação) mais 1,5% ao ano.
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