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Fundadores do ES em Ação mandam recado: "Estado não aceita retrocesso"

Fernando Saliba tomou posse como presidente do ES em Ação, movimento empresarial fundado em 2003, na esteira da maior crise da história do Espírito Santo

Vitória
Publicado em 01/08/2025 às 12h24
Cerimônia de posse de Fernando Saliba como presidente do ES em Ação
Cerimônia de posse de Fernando Saliba como presidente do ES em Ação. Crédito: Divulgação/ Jefferson Rocio

Fernando Saliba, executivo de longa data da EDP, tomou posse, na noite de quinta-feira (31), como presidente do ES em Ação, movimento empresarial fundado em 2003, na esteira da maior crise da história do Espírito Santo. Ele sucede Naílson Dalla Bernadina, do Sicoob, e terá o desafio de dar continuidade à transição geracional do movimento empresarial em meio à transição política do Estado. Saliba, que fica no cargo até 2028, pode passar por três governadores (caso Renato Casagrande se desincompatibilize em abril do ano que vem para disputar um novo cargo e Ricardo Ferraço não vença ou não dispute as eleições de 2026). Algo novo, afinal, desde 2003, apenas dois mandatários passaram pelo Palácio Anchieta: Casagrande e Paulo Hartung.

É uma questão importante. O sucesso do movimento passa por manter uma articulação bem azeitada com o governo do Estado e as prefeituras. Por exemplo: a ideia das escolas em tempo integral ganhou corpo dentro do ES em Ação, mas quem colocou para andar, após muita conversa, foram as prefeituras e o governo estadual.

A manutenção dessa linha bastante tênue, mas fundamental, de parceria sem submissão e/ou apoio partidário, foi o principal recado passado pela velha guarda do movimento empresarial em discursos para uma plateia lotada de empresários, executivos e políticos - o governador e o vice, Ricardo Ferraço (postulante ao cargo de governador), estavam lá, assim como Cris Samorini, vice-prefeita de Vitória (ela assumirá o cargo caso o prefeito, Lorenzo Pazolini, que não foi à posse, saia candidato ao Palácio Anchieta, em oposição ao grupo de Casagrande).

"Começamos o ES em Ação em um momento caótico do Espírito Santo. Ao longo das últimas décadas, o Estado passou a cuidar de suas contas, do ambiente de negócios, da sobriedade com a coisa pública e investiu em educação. Os avanços obtidos são evidentes, mas não é fato consumado, temos que seguir perseguindo. As eleições estão chegando, precisamos ser vigilantes, sem sermos partidários. Temos que fugir dos 'nós contra eles', correr dessa polarização divisiva e estéril e fugir de um paternalismo estatal que nos aproxima do autoritarismo. Só assim teremos desenvolvimento econômico e social", ensinou Carlos Aguiar, ex-presidente da Aracruz Celulose e da Fibria (hoje Suzano), que assumiu o comando do Conselho Deliberativo do ES em Ação. "Fui dos primeiros a defender a renovação das lideranças dentro do movimento, mas é preciso manter os fundamentos que nos fizeram chegar aqui".

Outro fundador do ES em Ação, José Armando Campos, ex-presidente da ArcelorMittal Brasil, discursou em nome de Luiz Wagner Chieppe (Grupo Águia Branca), que deixou a presidência do Conselho Deliberativo e não pôde comparecer na cerimônia, e foi por caminho semelhante. "A presença de lideranças, empresariais e públicas, ajudaram muito o Espírito Santo. Não podemos descuidar da ética, temos que estar sempre vigilantes e apoiar as lideranças que têm valores, preparo e disposição para o diálogo. O momento é de transição e renovação, não podemos descuidar".

Fernando Saliba, o novo presidente, afirmou que o Estado não topa retrocesso. "O ES em Ação nasceu porque um grupo de 16 empresários e executivos se negaram a aceitar tudo aquilo que o Espírito Santo estava passando. As mudanças políticas acontecem, mas não podemos retroceder. O Estado não aceita retrocesso".

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