Nos primeiros sete meses de 2025, as exportações de café pelo Espírito Santo encolheram 57%, de 4,79 milhões de sacas de 60 quilos para 2,06 milhões de sacas. Estamos falando majoritariamente do conilon, já que o arábica, há muitos anos, sai quase todo por Rio de Janeiro e Santos. Nada a ver com o tarifaço dos Estados Unidos para cima das exportações brasileiras. A causa aqui é a mesma que provocou a queda acentuada dos preços do produto do começo do ano para cá: as boas safras de café nos grandes produtores do planeta, destacadamente no Vietnã. Os dados foram compilados pelo Centro do Comércio de Café de Vitória.
O país asiático, que vem de dois anos de safras ruins por questões climáticas e é o maior produtor de conilon do mundo, recompôs praticamente toda a sua produção e fez vendas muito relevantes, principalmente para Europa e Estados Unidos, no começo de 2025, quando o café estava nas máximas históricas. O saldo deste movimento para lá de relevante é de queda nos preços e mercado mais restrito. Em resumo, é isso que explica o saldo da balança comercial cafeeira do Estado entre janeiro e julho.
Outro detalhe importante ajuda a explicar o tombo. No ano passado, diante da escassez de café no mundo, o Espírito Santo vendeu muita coisa no primeiro semestre, período que antecede a safra (a de conilon acabou no mês passado) e que, por isso, historicamente é de vendas menos aquecidas. Por exemplo: em março de 2023, foram exportadas 171,06 mil sacas e, em março de 2024, foram 886,12 mil. O ganho de velocidade, diante do contexto da ocasião, foi muito grande, agora, a coisa começa a normalizar.
Apesar da forte queda em relação a 2024, as vendas de 2025 estão 20% acima das de 2023, ano que já tinha sido considerado muito bom. Por isso, a crença é de que haverá uma queda, mas que o conilon capixaba aproveitou o espaço dado pela concorrência para ganhar mercado e, agora, está em um outro patamar.
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