Repórter / abgoncalves@redegazeta.com.br
Publicado em 22 de fevereiro de 2025 às 07:08
Com homenagem às sereias do folclore africano, Pega no Samba encerrou os desfiles do Grupo de Acesso
O dia amanheceu e o Pega no Samba iniciou o último desfile entre as agremiações do Grupo A. A escola pisou no Sambão do Povo pouco antes das 6h deste sábado (22). A luz do dia, que poderia parecer um problema, não foi capaz de tirar o ânimo dos foliões. O enredo “Pembelê, Sereias de Zambi”, uma homenagem às sereias do folclore africano, levou à avenida cores vivas, sobretudo azul claro e laranja.
O Pega no Samba entrou na avenida às 5h53 e encerrou o desfile às 6h48, excedendo em seis segundos o tempo estipulado no regulamento. Com um enredo que buscou resgatar a verdadeira história das sereias, escola trouxe vários elementos e fantasias que remeteram ao mar. Ao fim dos desfiles, saiu do Sambão do Povo aos gritos de "é campeão".
Em 2024, a escola foi rebaixada de divisão, saindo do Grupo Especial para o Grupo A. Uma integrante caiu de um dos carros, cena que chamou atenção naquela época.
Na avaliação do carnavalesco Jorge Mayko, o desfile do Pega no Samba foi acima do esperado. "A escola se preparou muito, mesmo com muita dificuldade. Saímos de alma lavada aqui da avenida. A nossa mensagem foi contada e agora a expectativa é de titulo", afirmou.
O Grêmio Recreativo Escola de Samba Pega no Samba tem 49 anos de história. Fundado em 28 de janeiro de 1976 por Genésio Mendes, Maira Mendes e seu filho Mário Mendes, o grupo surgiu a partir do bloco carnavalesco GRBC Pega no Samba.
A partir de 1982, tornou-se oficialmente escola de samba, já com a denominação atual. No seu primeiro desfile, conquistou o título de campeã do Grupo de Acesso, com o enredo "Sonho Infantil".
Em 2024, com o enredo "Pérolas do Deserto", o Pega no Samba fez uma viagem cultural aos Emirados Árabes Unidos. No entanto, a escola terminou na última colocação do Grupo Especial, sendo rebaixada para o Grupo A.
Firma o batuque, raiou o sol
“Transborda” de alegria
Meu pavilhão lava a alma na avenida
Kaia tondele, Nkisi ê
A locomotiva vem no toque do xirê
Luanda, mística e sagrada
Em suas águas nascem o poder: Agô!
Pescadores festejam na areia
As filhas de Zambi, negras sereias
Balaio e oferendas jogadas ao mar
Jingomas regem o baile das marés
Um ritual de gratidão e fé
Kianda, seus filhos lhe aclamam
Ora iê iê, mamãe Oxum
Odò Ìyá Yemanjá, rainhas das águas
Tocam os tambores para lhe saudar
Na paz... da eternidade
Seus filhos te transformam em entidades
Seguindo o cortejo divinal
Ancestral, fonte de inspiração
Na luta contra o preconceito
A preta pele que impõe respeito
Pembelê! Divina luz
No “Pega” sua estrela nos conduz
Intolerância jamais
Herança dos meus ancestrais
Orun brilha na cachoeira
A lua desponta no mar
Ao erê a missão de transformar.
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