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Toque de recolher de traficantes no Rio é investigado pela polícia

Toque de recolher de traficantes no Rio é investigado pela polícia

O toque de recolher foi instaurado por traficantes em diferentes favelas do Rio por causa do coronavírus. A ação vem sendo praticada pelos criminosos como forma de evitar a contaminação

Publicado em 9 de maio de 2020 às 16:52

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A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga a instauração de toque de recolher promovida por traficantes em favelas da cidade. Grupos criminosos estão determinando o fechamento de comércio e horário para que todos estejam em casa para evitar a contaminação com o novo coronavírus.

A prática vem ocorrendo desde março, quando o governo do Rio de Janeiro determinou o isolamento social em todo seu território. A medida será prorrogada pelo governador Wilson Witzel (PSC) até ao menos 31 de maio.

Na favela de Vila Aliança, um carro de som circulou com aviso sonoro determinando o uso de máscaras, e o fechamento de estabelecimentos até as 20h.

"Se você não abraçar o papo, já sabe, né?", diz a mensagem, seguida da música "Astronomia", de Tony Igy, trilha sonora do famoso meme do caixão.

Há relatos também de toque de recolher em favelas de toda a cidade. Um carro também circulou na favela de Acari determinando que ninguém circule sem máscaras.

"Não fique passeando na rua de bobeira. Atenção mamãe: não deixe suas crianças na rua. Não estamos de férias, estamos de quarentena. O carro da Lapada vai fiscalizar. Abrace o papo, ou o papo vai te abraçar", diz a mensagem sonora.

Em março, já havia relatos de toque de recolher na Rocinha, Cantagalo (zona sul), Rio das Pedras, Cidade de Deus (oeste), Manguinhos (norte) e Brás de Pina (zona norte).

Nessas comunidades, isso aconteceu antes que começasse a valer a determinação do prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) para que os comércios não essenciais fechassem obrigatoriamente, a partir desta terça-feira (24) e por tempo indeterminado.

De acordo com os relatos, os próprios traficantes estão com medo da doença. Primeiro porque a propagação do vírus nas favelas afetaria os negócios, segundo porque eles próprios não poderiam procurar hospitais se fossem contaminados.

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Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde, foram confirmados 15.740 casos de Covid-19 no Rio de Janeiro, com 1.503 mortes.

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