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São Paulo: salões e academias se preparam, mesmo sem data para reabertura

São Paulo: salões e academias se preparam, mesmo sem data para reabertura

Estabelecimentos começam a adequar seus espaços para garantir a higiene e o distanciamento exigidos para evitar o contágio de coronavírus

Publicado em 25 de junho de 2020 às 16:35

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Medidas para retomada incluem distanciamento e maior higiene. (Rovena Rosa | Agência Brasil)

Mesmo sem data exata para a reabertura, academias e salões de beleza em São Paulo começaram a adequar seus espaços para garantir a higiene e o distanciamento exigidos para evitar o contágio de coronavírus.

As medidas incluem desde a lavagem constante de mãos, até a redução de jornada, distância demarcada no chão e pagamento via cartões de aproximação.

Segundo Luis Cesar Bigonha, presidente do Beleza Patronal, sindicato que representa os estabelecimentos de beleza do estado, o setor espera poder reabrir a partir do dia 1º de julho, mas se preocupa com uma baixa na clientela.

Bigonha diz que o sindicato realizou uma pesquisa com consumidores e notou que 46% sinalizaram não querer voltar aos salões.

Calcula-se que 18,8% --5.600 estabelecimentos-- já fecharam definitivamente na capital. No estado, o sindicato calcula que até agora já foram encerradas as atividades de 22,5% dos salões de beleza --a previsão é que até o dia 15 de julho o número suba para 24,5%.

Pensando nisso, o sindicato se uniu à ABSB (Associação Brasileira de Salões de Beleza) e ao Sebrae para produzir uma cartilha detalhando as medidas e precauções necessárias, como a higienização de produtos e a troca de equipamentos a cada duas horas.

Além disso, também foi elaborada uma prova que deve ser realizada por todos os estabelecimentos para comprovar o preparo para a reabertura.

O Laces, salão com cinco unidades em São Paulo, inicia o protocolo durante o agendamento, que inclui um questionário para avaliar se o cliente pode ter tido contato com o vírus. Eles esperam trabalhar com 50% da agenda com que costumava operar.

Cris Dios, dona da empresa, afirma que o medo é presente, mas que é preciso se adaptar ao novo vírus. "Precisamos trabalhar, mas sei que as pessoas estão com medo, por isso, que é preciso ter a segurança", diz.

A rede de salões Studio W, com sete unidades no estado, publicou todas as medidas que serão tomadas no site. Os funcionários devem usar duas máscaras, a comum e a face shield, e os clientes só podem realizar um serviço por vez.

Os clientes também passam por uma estação de desinfecção, onde têm a temperatura medida, passam álcool gel e higienizam os pés.

No entanto, não são todos os salões que têm uma estrutura de rede para pensar como vai ser a reabertura. O CapLab Care, na capital, tem espaço para vinte clientes --na reabertura apenas sete poderão entrar ao mesmo tempo.

"Aquela história de que enquanto eu pinto o cabelo vou fazer pé e mão, pode esquecer, não dá mais para otimizar o tempo", explicou Consuelo Gradim, dona do estabelecimento.

Ela define que o charme não será a prioridade, uma vez que é preciso manter a segurança. Por isso, a partir de agora tudo terá que ser servido em copos e pratos descartáveis, e nada de ar condicionado: apenas janelas abertas.

Enquanto os salões fecharam, funcionárias da área recorreram ao atendimento domiciliar por conta própria ou por meio de aplicativos. A Make You App, que conecta profissionais com clientes, registrou um aumento três vezes maior na busca por manicure e corte de cabelo. Além disso, foi notado um crescimento de 25% no interesse por parte de profissionais.

O presidente do Beleza Patronal, Luis Cesar Bigonha, diz que a opção o preocupa, já que longe dos estabelecimentos é mais difícil ter controle sobre o respeito às recomendações de higiene.

Os estabelecimentos ouvidos pela reportagem disseram que, apesar de problemas financeiro, optaram por não funcionar na clandestinidade. Porém, o setor afirma que há salões que mantiveram o funcionamento mesmo durante a quarentena.

Bigonha afirma que visitas flagraram salões de bairro abertos e acredita que a fiscalização de todos os estabelecimentos é impossível.

Academia com máscaras Os salões de beleza podem ser abertos com restrições a partir da fase 3 do plano de reabertura do estado de São Paulo. Já a reabertura de academias está prevista somente na fase quatro, também com restrições.

O grupo Bio Ritmo, das academias de ginástica Smart Fit e Bio Ritmo, afirma que seguirá o manual elaborado pela Associação Brasileira de Academias (Acad).

Entre as principais medidas do documento estão: disponibilizar álcool em gel; posicionar kits de limpeza pelo espaço; fechar cada área de duas a três vezes por dia por pelo menos 30 minutos para higienização; aferir temperatura e impedir a entrada de quem estiver com 37,8 °C ou mais.

Para respeitar o distanciamento, a associação sugere a delimitação com fita para manter 1,5 metro de distância entre as pessoas e que o espaço tenha um cliente a cada 6,25 m².

A Acad afirma que não recebeu relatos de aberturas clandestinas, mesmo em cidades do interior em que a fiscalização é menor em relação às capitais. O setor também não tem uma data específica em que espera reabrir.

"Sendo um estúdio, a gente está sempre preocupado não somente com a reabertura, mas também em como a gente ainda consegue entregar uma experiência para o aluno", diz Shane Young, diretor-executivo da Velocity, grupo que engloba as academias de spinning homônimas e as unidades do Kore, especializado em funcional.

O grupo tem 32 unidades no país, 23 delas em São Paulo. Entre as medidas adotadas está o aumento do intervalo entre as aulas para higienização do espaço e o ajuste das aulas para que os alunos não sintam falta de ar com o uso de máscaras.

As aulas vão ter cerca de metade dos alunos para manter o distanciamento social e as duchas também serão desativadas, medida que os clientes apoiam, diz Young.

Eliane Morais, proprietária de uma franquia da Team Nogueira, especializada em artes marciais, reformou os espaços da unidade.

Os equipamentos de musculação da academia, que fica na zona sul da capital paulista, foram dispostos de outra maneira para manter a distância entre alunos e deixar o centro do espaço vazio.

Ela também investiu em mais espelhos e sacos de pancada para as aulas, já que não será possível manter contato físico entre os clientes.

Para evitar a entrada com digital, a unidade também criou um sistema de entrada com reconhecimento facial.

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