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Polícia diz que caseiro confessou ter matado três pessoas em Goiás

Polícia diz que caseiro confessou ter matado três pessoas em Goiás

Fazendeira que foi abordada por Wanderson Mota Protácio, de 21 anos, convenceu suspeito a se entregar e chegou a tirar foto com ele antes da prisão

Publicado em 4 de dezembro de 2021 às 15:19

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Sirene de polícia
Desde o início da semana, uma operação conjunta entre as polícias Civil e Militar de Goiás, com apoio da Polícia Rodoviária Federal tentava capturar Wanderson. (Reprodução)

Acusado de matar a mulher grávida, a enteada de dois anos e um fazendeiro no último domingo (28), o caseiro Wanderson Mota, 21, se entregou à polícia de Goiás neste sábado (8) após seis dias de fuga.

Wanderson foi convencido a se entregar depois de invadir uma fazenda no início da manhã reclamando de fome e frio. O suspeito passou a ser chamado na região de "novo Lázaro", em referência a Lázaro Barbosa, que ficou conhecido como serial killer do DF e morreu em confronto com a polícia em junho.

O secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, disse, porém, que são casos diferentes. "O outro tinha histórico anterior de violência, houve confronto com a polícia, cometeu atrocidades e tinha intenção de continuar cometendo", afirmou, em entrevista coletiva.

"Esse sujeito [Wanderson] cometeu os crimes e depois fugiu. Não tivemos nenhuma notícia de que tivesse ameaçado mais alguém, embora tenha se apresentado com a arma do crime e uma grande quantidade de munições."

Desde o início da semana, uma operação conjunta entre as polícias Civil e Militar de Goiás, com apoio da Polícia Rodoviária Federal tentava capturar Wanderson. A avaliação da Polícia Civil é que ele procurou a fazenda de Cinda já com a intenção de se entregar.

À TV Anhanguera, a fazendeira Cinda Mara disse que Wanderson entrou armado em sua propriedade por volta das 6h. "A janela [estava] meio aberta na minha fazenda, aí ele chegou com um revólver, apontou a arma e eu pedi calma, falei para ele ficar tranquilo que eu iria ajudá-lo", disse ela.

Ele disse que estava com fome e com frio. "O que levou ele a se entregar foi o cerco. Lógico que o aconselhamento ajudou, mas o que levou ele a se entregar foi o cerco apertando ainda mais", afirmou o secretário de Segurança Pública.

A Polícia Civil acusa Wanderson de ter matado sua esposa Rânia Aranha Figueiro, 21, a enteada Geysa Aranha da Silva Rocha, de dois anos e nove meses, e o fazendeiro Roberto Clemente de Matos, 73. Ele teria ainda baleado a esposa da última vítima dele após tentativa de estupro.

Os crimes foram cometidos na cidade de Corumbá de Goiás, próxima do Distrito Federal. O suspeito se entregou em Gameleira de Goiás, a cerca de 100 quilômetros de distância.

Segundo as investigações, Wanderson teria matado primeiro a mulher, que estava grávida, e a enteada. As duas foram mortas a facadas. Depois, ele teria roubado a arma de seu patrão e invadido a propriedade de Roberto Clemente, morto com um tiro.

Wanderson roubou a caminhonete da última vítima para fugir. Segundo a sobrevivente, ele era amigo da família e atirou em Roberto Clemente enquanto os dois tomavam um refrigerante. A sobrevivente disse à polícia que se fingiu de morta após ser baleada para escapar.

Em 2019, Wanderson foi preso por tentativa de assassinato da ex-mulher a facadas. Ele deixou a prisão em março deste ano. O secretário de Segurança Pública disse acreditar que os antecedentes sirvam como agravantes para garantir pena máxima ao acusado no novo julgamento.

Ele rebateu ainda críticas de que a operação policial para sua captura tenha sido mal dimensionada, em comparação com o caso Lázaro, que envolveu centenas de homens e teve grande divulgação.

Segundo Miranda, era necessário naquele momento apresentar Lázaro à população, para que colaborasse nas buscas, que envolviam uma área muito maior. Agora, diz, os serviços de inteligência tinham informações sobre o caminho que Wanderson seguia em sua fuga.

Durante a fuga da polícia, Lázaro cometeu uma série de novos crimes -baleou moradores de uma chácara, fez de reféns em outra, roubou carros e armas. Trocou tiros com um funcionário de uma fazenda e também com policiais.

Em julho, a Polícia Civil de Goiás indiciou cinco pessoas suspeitas de fazerem parte da rede de proteção montada para dar apoio a Lázaro, entre eles sua mulher, sua ex-companheira e sua ex-sogra, um fazendeiro e um caseiro da região.

O criminoso acumulava quatro mandados de prisão quando foi localizado e morto após confronto com a polícia.

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