Publicado em 29 de abril de 2025 às 19:10
BRASÍLIA - A Polícia Federal concluiu que Francisco Wanderley Luiz agiu sozinho quando se explodiu em frente ao STF (Supremo Tribunal Federal) em novembro passado, na praça dos Três Poderes, em Brasília.>
Em nota divulgada nesta terça-feira (29), a PF informou que não houve participação ou financiamento de terceiros e que a motivação do crime foi "o extremismo político".>
Também disse que, durante as investigações, foram utilizados diversos meios de prova, com destaque para a análise das comunicações e dos dados bancários e fiscais.>
Houve exames periciais em todos os locais vinculados aos fatos, reconstituição cronológica das ações do autor antes e durante o atentado e oitiva de mais de uma dezena de testemunhas.>
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Segundo a polícia, as conclusões da investigação foram encaminhadas ao STF.>
"A Polícia Federal reafirma seu compromisso com a defesa da sociedade e com a preservação do Estado democrático de Direito e de suas instituições e segue vigilante e preparada para responder, com rigor técnico, imparcialidade e eficácia a quaisquer ameaças à ordem constitucional do país", disse a PF.>
A morte de Francisco Wanderley ocorreu no dia 13 de novembro de 2024, após a detonação de bombas em dois locais da praça dos três Poderes, levando apreensão às classes política e jurídica da capital federal um ano e dez meses depois dos ataques promovidos por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) contra as sedes do Supremo, do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto.>
As explosões ocorreram por volta das 19h30, uma perto ao prédio principal do Supremo e outra em um veículo Kia Shuma 1999/2000 encontrado próximo a um dos anexos da Câmara dos Deputados, também nas cercanias da sede do Judiciário.>
Francisco usava roupas com possível alusão à fantasia do personagem Coringa, vilão de histórias de quadrinhos. Ele vestia uma calça e um terno de mesma estampa com os naipes de cartas de baralho, com o fundo de cor verde-escuro e, ao lado do corpo, foi encontrado um chapéu branco.>
Antes das explosões, ele publicou nas redes sociais referências a bombas e disse que a Polícia Federal teria que desarmar o equipamento, fazendo referência a um jogo.>
"Vamos jogar??? Polícia Federal, vocês têm 72 horas para desarmar a bomba que está na casa dos comunistas de merda", disse, em capturas de tela de celular publicadas no Facebook.>
Durante a madrugada e manhã seguintes às explosões, a Polícia Militar do Distrito Federal desativou ao menos oito explosivos localizados na região da praça dos três Poderes.>
Foram também encontrados artefatos na residência que Francisco alugou em Ceilândia, região administrativa do DF. Eles estavam perto de uma janela e um outro dentro do fogão.>
Morador de Santa Catarina e chaveiro, ele disputou a eleição de 2020 como candidato a vereador pelo PL, com o nome de urna Tiü França, em Rio do Sul (SC), sem ter sido eleito – teve 98 votos.>
No apartamento alugado por Francisco no DF, os policiais identificaram um recado para Débora Santos, presa e condenada a 14 anos de prisão por participar dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.>
No espelho do banheiro, as imagens mostram o nome Débora escrito com batom vermelho. Mais abaixo, aparece o seguinte texto: "Por favor, não desperdice batom! Isso é para deixar as mulheres bonitas. Estátua de merda se usa TNT".>
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