Publicado em 21 de janeiro de 2022 às 09:31
O general Eduardo Pazuello, atualmente assessor especial da SAE (Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos) no governo Jair Bolsonaro (PL), completou nesta quinta-feira (20) um mês com sua agenda pública preenchida pelos termos "sem compromisso oficial" e "recesso".>
O ex-ministro da Saúde, que submergiu depois da conturbada passagem pela pasta e das investigações sobre sua gestão na Justiça e na CPI da Covid, foi nomeado para o órgão no Palácio do Planalto em junho de 2021 e ocupa a atual função desde outubro.>
Seu dia mais recente com tarefa, segundo a agenda oficial, foi 16 de dezembro: "Despacho interno" explicação genérica que se repete na maior parte das datas. De 20 de dezembro em diante, ele emendou o recesso natalino com uma sequência de dias sem compromisso oficial.>
Pazuello sofreu um acidente de moto no Rio de Janeiro em 24 de dezembro, mas não há registro de licença médica nem de férias desde então. Procurada, a secretaria afirmou em nota que o calendário disponível no site reflete a agenda de trabalho do assessor no período.>
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O órgão disse ainda que as anotações "sem compromisso oficial" ou "despacho interno" são usadas "para descrever períodos em que o servidor está envolvido em atividades administrativas de rotina, como a análise de documentos e despachos internos com outros integrantes do mesmo órgão".>
Sem responder sobre os trabalhos executados por Pazuello na função, a secretaria afirmou que cabe a ele "assistir diretamente" o secretário especial da SAE, o almirante Flávio Rocha. A natureza da função justificaria a escassez de informações na página oficial.>
"Os processos e fluxos administrativos inerentes a este cargo [de Pazuello] não requerem, via de regra, a recepção a autoridades ou outro tipo de evento oficial que justificariam lançamentos mais frequentes em sua agenda", diz a nota.>
Na agenda de Rocha ao longo dos últimos 30 dias constam 12 registros de despachos internos, mas, como não são discriminados detalhes nem participantes, é impossível saber se o auxiliar participou de reuniões com o titular da secretaria.>
O último compromisso detalhado de Pazuello foi em 8 e 9 de dezembro, uma viagem a Manaus (AM) para acompanhar a assinatura de um contrato do Banco do Brasil com o estado do Amazonas, governado por Wilson Lima (PSC). O governo gastou R$ 3.800 com as passagens do assessor.>
General da ativa do Exército, Pazuello acumula dois tipos de remuneração como servidor público federal: a militar foi de quase R$ 23 mil em agosto de 2021 e a civil foi de R$ 9.000 em novembro de 2021, conforme as atualizações mais recentes do Portal da Transparência.>
O jornal Folha de S.Paulo noticiou nesta quinta-feira (20) que o governo Bolsonaro mantém sigilo de cem anos e nega acesso ao processo interno do Exército que decidiu não aplicar nenhuma punição ao general pela participação em um ato político ao lado do presidente Bolsonaro em maio de 2021.>
A nomenclatura completa do cargo de Pazuello é: assessor especial do secretário especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.>
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