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'Nem precisa se preocupar com cadeia, você não será preso', disse Eduardo a Bolsonaro

'Nem precisa se preocupar com cadeia, você não será preso', disse Eduardo a Bolsonaro

O grupo que afirma que o ex-presidente deveria manter a candidatura oscilou no limite da margem de erro, de 28% para 26%; 9% não souberam ou não responderam.

Publicado em 21 de agosto de 2025 às 13:40

BRASÍLIA - O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) tentou tranquilizar o seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sobre uma possível prisão, em mensagens reproduzidas no relatório final em que a Polícia Federal indiciou os dois, divulgado nesta quarta-feira (20).

Em mensagens trocadas pelo aplicativo WhatsApp, em 10 de julho, Eduardo afirmou para o seu pai que, "na situação de hoje", ele nem precisaria se preocupar com cadeia, e que Bolsonaro não seria preso.

Porém, afirmou ter receio de que as coisas mudassem por lá. "Mesmo dentro da Casa Branca tem gente falando para o 01: "ok, Brasil já foi. Vamos para a próxima, diz o diálogo reproduzido pela PF.

Coronel Ramalho
O deputado Eduardo Bolsonaro  Crédito: Carlos Alberto Silva

Eduardo também disse a Bolsonaro que a opinião pública iria entender (as medidas impostas pelo governo americano contra o Brasil) e que ele teria tempo para reverter, se fosse o caso.

Porém, alertou que este cenário mudaria, "se o cara daqui virar as costas para você". "Aqui é tudo muito melindroso, qualquer coisinha afeta", escreveu.

De acordo com a PF, Eduardo demonstrou, nos diálogos, seu intento de continuar nas ações ilícitas nos Estados Unidos e reiterou a necessidade de uma publicação de Jair Bolsonaro agradecendo ao presidente americano Donald Trump.

"Eu quero postergar este bom momento de agora, mas se o nosso cara vai encontrar o 01 sem nenhum tweet seu, te adianto que isto não será bem recebido". Em resposta, Bolsonaro concordou.

O relatório final da investigação, entregue ao tribunal na sexta-feira (15), afirma haver indícios de que os dois cometeram crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado democrático de Direito. Procurada, a defesa do ex-presidente não se manifestou até a conclusão deste texto.

Eduardo afirmou em nota que a atuação dele nos EUA não tem objetivo de interferir no processo em curso no Brasil e chamou de "crime absolutamente delirante" os apontamentos da Polícia Federal que resultaram em seu indiciamento e no de seu pai.

Ele disse ainda ser "lamentável e vergonhoso" o que ele chamou de vazamento de conversas entre pai e filho.

Eduardo passou a ser investigado em razão de sua atuação nos Estados Unidos, onde está desde março articulando pedidos de sanção contra autoridades brasileiras.

A atuação do parlamentar motivou a abertura em maio de um inquérito no STF a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República). A instituição alega que o comportamento do político no exterior deve ser investigado pelos crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa e abolição violenta do Estado democrático de Direito.

A Procuradoria também ressaltou que a "tentativa de submeter o funcionamento do Supremo Tribunal Federal ao crivo de outro Estado caracteriza atentado à soberania nacional", crime previsto no Código Penal.

As punições impostas pelos EUA ao Brasil, que incluíram sanções financeiras ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal) por meio da chamada Lei Magnitsky, têm sido defendidas por Eduardo, e o deputado atuou em conexão com autoridades do governo de Donald Trump para pressionar pelo arquivamento do processo contra o ex-presidente.

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