Publicado em 15 de novembro de 2020 às 11:01
Faltando 30 minutos para o começo da votação no colégio Santa Catarina, na Mooca, zona leste de São Paulo, a calçada da rua Marquês de Valença já tinha filas. As seções foram abertas neste domingo (15) para o primeiro turno das eleições municipais às 7h, uma hora mais cedo do que nos anos anteriores para minimizar o risco de transmissão do novo coronavírus. >
Até as 10h, a prioridade do acesso às urnas é para idosos. A aposentada Fátima Pereira, 68 anos, chegou 6h30 e era a primeira da fila. "Preferi vir mais cedo para evitar o tumulto. Por causa da pandemia, não dá para ficar aglomerando.">
Na Mooca, cerca de 15,5% da população residente tem mais de 65 anos, segundo a Coordenação de Epidemiologia e Informação (Ceinfo), da Secretaria Municipal da Saúde (SMS).>
Para o contador Edson Silva, 70 anos, a abertura antecipada das seções trouxe outra vantagem: mais tempo livre depois. "Depois daqui, ainda vou trabalhar, estou com muito serviço, então foi até melhor vir cedo." Ele diz que, mesmo sem ser obrigado a votar, fez questão e não teve receio de contágio, mas diz que tomou todos os cuidados.>
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As pessoas na fila fora da escola respeitaram o distanciamento, e a conversa entre elas era sobre os protocolos de saúde. As irmãs Neusa Carniel, 77 anos, e Nely Carniel, 79 anos, também não quiseram deixar de votar, mesmo sem a obrigatoriedade. "Faço questão porque é meu dever. Precisamos tentar melhorar a cidade", afirma Neusa. Nely completa: "Fazemos isso pelos nossos netos e bisnetos.">
As duas falam que sempre têm o costume de votar nos primeiros horários. Em tempos de coronavírus, então, reforçaram o costume e as precauções. "Trouxe minha caneta, meus documentos e álcool em gel. Vou votar rápido para já ficar livre", diz Neusa. "Também a máscara e mantendo cuidado com o distanciamento", afirma Nely.>
Em outra fila, a professora Karina Chegança, 31 anos, era a primeira: chegou às 6h45. Convocada para trabalhar na votação em um colégio na Vila Alpina, preferiu votar cedo e evitar um horário de maior movimento. A preferência, contudo, era de que não ficasse nesse trabalho hoje. "Não gostaria porque vou ter contato com muita gente. Vai ser máscara, proteção facial e álcool em gel direto.">
Roberto Cordovani, 60 anos, chegou cinco minutos antes da abertura do colégio para evitar fila. "Mas não consegui, acho que deveria ter chegado mais cedo. Pelo menos está tranquilo." À frente dele, a fila não preferencial já tinha cerca de 20 pessoas. Para evitar o contágio, diz, seguiu os cuidados que já viraram hábito. "Todo dia tem que ser a mesma coisa.">
Dentro do colégio, algumas seções de votação também tinham fila, mas com distanciamento social. Logo na entrada da seção, uma pessoa já conferia o documento e aplicava álcool em gel.>
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