Publicado em 15 de dezembro de 2021 às 17:11
Uma das três novas metrópoles do país, segundo a pesquisa Regiões de Influência das Cidades (Regic 2018), publicada ano passado pelo IBGE, Vitória ficou com parte do protagonismo e da influência que pertencia ao Rio de Janeiro no Sudeste. É o que mostra a publicação Divisão Urbano-Regional 2021, divulgada nesta quarta-feira (15) pelo IBGE, que identificou e delimitou regiões de articulação urbana das 15 metrópoles e de duas capitais regionais do Brasil. O produto também está disponível na Plataforma Geográfica Interativa (PGI), onde o usuário pode fazer seus próprios cruzamentos e baixar as tabelas e mapas. >
Tendo como base a Regic 2018, o estudo fornece um quadro de referência do país em três escalas: Regiões Ampliadas, Intermediárias e Imediatas de Articulação de Urbana. A ascensão de Vitória à metrópole centralizou todo o estado do Espírito Santo na capital. Dessa forma, o Rio de Janeiro, que em 2013 abarcava todas as regiões intermediárias capixabas chegando até a região intermediária de Teixeira de Freitas, no extremo-sul da Bahia, passou a ficar circunscrito, basicamente, aos seus limites estaduais. “Por causa da ascensão de Vitória como metrópole, é possível dizer que o Rio de Janeiro perdeu relevância em seu contexto regional nesta edição do estudo”, explica Maria Monica O’Neill, analista da pesquisa. >
A metrópole fluminense também perdeu influência em outros dois estados: na Bahia, a região de Teixeira de Freitas passou a ser influenciada por Salvador (BA). Já em Minas Gerais, a região de Juiz de Fora agora atua subordinada a Belo Horizonte.>
Além de Vitória, Florianópolis e Campinas (SP) também ascenderam ao nível de metrópole na Regic 2018 e reconfiguraram o quadro urbano-regional que abrange as regiões vizinhas. No Sul, as três capitais agora possuem áreas de abrangência próximas da configuração territorial de seus respectivos estados.>
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Quem também teve expressiva diminuição da sua relevância de 2013 para 2021 foi Cuiabá, uma das capitais regionais identificadas no estudo. A perda ocorreu graças à mudança de vinculação da região intermediária de Barra do Garças (MT) para Goiânia. O Centro-Oeste também vê uma presença maior de um eixo de desenvolvimento constituído por Brasília, Anápolis (GO) e a capital goiana.>
Na região Norte, o destaque é o papel ainda mais polarizador de Manaus na região, já que Tefé (AM) reduziu o protagonismo regional, aumentando a extensão da influência exercida por Manaus no estado. A capital amazonense é capaz de alcançar as maiores distâncias entre cidades em diferentes escalas, como na ligação com Tabatinga (AM) mesmo separadas por mais de mil quilômetros de distância. A metrópole manauara ainda exerce influência sobre todo o estado de Roraima.>
A outra capital regional avaliada na publicação foi Porto Velho. A capital rondoniense exerce papel polarizador na parte sul da região Norte, com influências que ultrapassam para além de Rondônia e alcançam o sul do Amazonas, o oeste mato-grossense e todo o Estado do Acre. Já Belém polariza quase todo o Pará e todo o Amapá. No Tocantins, a capital Palmas é uma região intermediária extensa, em especial no leste do estado, enquanto a maioria das demais cidades tocantinenses se integram a Goiânia.>
No Nordeste, Fortaleza apresentou alteração considerável, perdendo Mossoró (RN) e Pau dos Ferros (RN) para Recife, mas exercendo maior atração sobre a região de Quixadá (CE). Recife, inclusive, expandiu sua influência de 2013 para 2021 e atua como protagonista ao norte (Rio Grande do Norte) e ao sul (Sergipe) do seu território.>
Salvador manteve sua amplitude espacial relativamente estável, com algumas as alterações ocorridas no oeste da Bahia, perdendo a influência em Santa Maria da Vitória (BA), incorporada à Brasília, mas influenciando Luís Eduardo Magalhães (BA) e algumas cidades do Tocantins.>
A Divisão Urbano-Regional do Brasil fornece uma visão do país a partir dos fluxos articulados pela rede urbana. Cada município pertence a uma única região, cujos limites não ficam necessariamente restritos às divisas estaduais. O questionário foi aplicado em 5.503 dos 5.568 municípios do país.>
Outra característica importante desta divisão é a identificação de uma cidade polo para cada região. O estudo delimitou regiões de articulação urbana em três escalas de referência, cujos espaços são pautados numa organização em rede, onde os centros de gestão do território e os fluxos determinam as vinculações e o arranjo regional.>
O estudo subdividiu as 17 regiões ampliadas (15 metrópoles e duas capitais regionais) em 140 regiões intermediárias que são formadas por cidades com centralidades medianas e com população, área, número de cidades formadoras e outros índices que marcam a diversidade como um traço característico do País. Estas, por sua vez, se dividem em 379 regiões imediatas, cidades que possuem, de maneira geral, ligações que demonstram acessibilidade e capacidade em atender a demandas de menos complexas e de amplitude mais restrita. Também foram identificados ainda 539 subnúcleos que orbitam em torno das regiões imediatas e complementam as mesmas no atendimento a bens e serviços e às funções de gestão local.>
* Com informações da Agência IBGE >
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