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IBGE: analfabetismo cai a 6,6% em 2019, mas 11 milhões não sabem ler nem escrever

IBGE: analfabetismo cai a 6,6% em 2019, mas 11 milhões não sabem ler nem escrever

Quase seis em cada dez analfabetos no país são moradores da região Nordeste, onde houve ligeira piora no analfabetismo em relação ao ano anterior

Publicado em 15 de julho de 2020 às 12:20

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O Brasil ainda tem 11,041 milhões de analfabetos. (Pixabay)

A taxa de analfabetismo ainda recua a passos lentos, descendo a 6,6% em 2019. O Brasil ainda tem 11,041 milhões de analfabetos, ou seja, pessoas que já completaram 15 anos de idade sem aprender a ler nem escrever. A imensa maioria deles, cerca de 76%, era de cor preta ou parda. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua: Educação 2019, divulgada nesta quarta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"A concentração de analfabetismo tem faixa etária e raça. A taxa de analfabetismo fica mais alta ainda se restrinjo as pessoas de 60 anos ou mais (de idade) e além disso da cor preta ou parda", apontou Adriana Beringuy, analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Quase seis em cada dez analfabetos no país são moradores da região Nordeste, onde houve ligeira piora no analfabetismo em relação ao ano anterior, contrariando a tendência das outras regiões. A taxa de analfabetismo do Nordeste é mais do que o dobro da nacional: 13,9%, com 6,2 milhões de pessoas nessa condição. Na região Sul, é de apenas 3,30%.

O Brasil já está quatro anos atrasado em relação ao cumprimento da meta do Plano Nacional de Educação (PNE) de reduzir a taxa de analfabetismo a 6,5% em 2015. O PNE também prevê a erradicação do analfabetismo até 2024.

Segundo o IBGE, o analfabetismo vem diminuindo gradualmente no total do país, mas por uma questão demográfica, e não pela escolarização. "O efeito dessa queda é muito mais demográfico do que por introduzir a educação para esse grupo de 60 anos ou mais", lamentou Marina Aguas, analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE. "Ainda mais no Nordeste onde o acesso à educação é mais difícil do que nas outras regiões", completou.

O analfabetismo é até três vezes maior entre os idosos do que entre os jovens. Na faixa etária a partir de 60 anos, a taxa de analfabetismo no país foi de 18% em 2019. Entre os idosos pretos ou pardos, o analfabetismo é de 27,1%.

Quanto às diferenças regionais, a taxa de analfabetismo entre idosos alcança 37,2% no Nordeste e 25,5% no Norte. Por outro lado, no Sul e Sudeste, o analfabetismo na terceira idade está abaixo dos 10%.

"Nosso sonho é que exista igualdade de oportunidade de qualquer coisa, inclusive educacional, para todo o país e para todos os grupos. De forma que, no futuro, a gente não veja uma desigualdade tão expressiva como a gente vê quando a gente pega os dados de educação. Não sé de educação, mas mercado de trabalho, qualquer um. O Brasil tem inúmeros Brasis dentro", declarou Marina.

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