> >
'Estou livre para libertar o Brasil desta loucura', diz Lula em vídeo

'Estou livre para libertar o Brasil desta loucura', diz Lula em vídeo

Nas redes sociais, petista disse que é preciso cuidar da educação e do emprego

Publicado em 9 de novembro de 2019 às 11:05

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Lula discursa após deixar a prisão em Curitiba, em SP. (Estadão Conteúdo | Framephoto | Theo Marques)

Cinco horas depois de deixar a cela na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) divulgou, na noite desta sexta-feira (8), uma mensagem nas redes sociais dizendo-se "livre para ajudar a libertar o Brasil desta loucura que está acontecendo no nosso país".

 "É preciso cuidar da educação, do emprego, do salário, da cultura, cuidar do prazer e da alegria".

Vestindo camiseta de malha, Lula se descreveu como "um senhor muito jovem". 

Ver essa foto no Instagram

?? #Gratidão Vídeo: @ricardostuckert

Uma publicação compartilhada por Luiz Inácio Lula da Silva (@lulaoficial) em

"Tenho 74 anos do ponto de vista biológico. Mas 30 anos de energia e 20 de tesão", brincou ele, que namora a socióloga Rosângela da Silva, conhecida como Janja, de 40 anos.

Quatro horas antes, o petista já tinha divulgado uma mensagem na qual associou o presidente Jair Bolsonaro (PSL) a fake news e mentiras.

"Depois de eleger um presidente com base no fake news e na mentira, os dados do IBGE mostram que o brasileiro está mais desempregado e ganhando pior. Muito triste".

Sentado, ao lado da namorada, no banco traseiro de um carro, Lula afirmou: "Saio com muita vontade de voltar a lutar. Não quero ficar falando mal de presidente ou de ministro".

O ex-presidente disse que a gestão petista mostrou ser possível construir um país melhor.

"Um governante sério não fica governando com base em fake news, com base em mentira".

Mesmo dizendo-se triste, Lula comemorou o fato de ter encontrado um novo amor durante os 580 dias de prisão. 

"Saio animado. Vamos à luta, até a vitória final", encerrou.

A soltura do ex-presidente ocorreu um dia após o Supremo Tribunal Federal ter decidido, por 6 votos a 5, que um condenado só pode ser preso após o trânsito em julgado (o fim dos recursos), Isso alterou a jurisprudência que, desde 2016, tem permitido a prisão logo após a condenação em segunda instância.

A decisão do Supremo, uma das mais esperadas dos últimos anos, tem potencial de beneficiar cerca de 5.000 presos, segundo o CNJ (Conselho Nacional de Justiça). O Brasil tem, no total, aproximadamente 800 mil presos.

A soltura de Lula foi determinada pelo juiz federal Danilo Pereira Junior. A decisão foi publicada às 16h15, e o petista deixou a sede da PF às 17h40. 

Lula estava preso desde o dia 7 abril de 2018 em uma cela especial da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. O local mede 15 metros quadrados, tem banheiro e fica isolado no último andar do prédio. Ele não teve contato com outros presos, que vivem na carceragem, no primeiro andar.

A pena de Lula foi definida pelo Superior Tribunal de Justiça em 8 anos, 10 meses e 20 dias. O petista foi condenado sob a acusação de aceitar a propriedade de um tríplex, em Guarujá, como propina paga pela OAS em troca de três contratos com a Petrobras, o que ele sempre negou.

O caso ainda tem recursos finais pendentes nessa instância antes de ser remetido para o STF. O Supremo, porém, pode anular todo o processo sob argumento de que o juiz responsável pela condenação, Sergio Moro, não tinha a imparcialidade necessária para julgar o petista naquela situação. Mas ainda não há data marcada para que esse pedido seja analisado.

Além do caso tríplex, Lula foi condenado em primeira instância a 12 anos e 11 meses de prisão por corrupção e lavagem no caso do sítio de Atibaia (SP). Essa condenação também pode ser anulada porque a defesa apresentou suas considerações finais no processo no mesmo prazo de réus delatores.

Este vídeo pode te interessar

O ex-presidente ainda é réu em outros processos na Justiça Federal em São Paulo, Curitiba e Brasília. Com exceção de um dos casos, relativo à Odebrecht no Paraná, as demais ações não têm perspectiva de serem sentenciadas em breve.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais