Publicado em 2 de maio de 2020 às 14:56
A entrada do prédio da Polícia Federal, em Curitiba, onde o ex-ministro Sergio Moro depõe neste sábado (2), virou palco de protestos em apoio ao ex-juiz da Lava Jato e de militantes do presidente Jair Bolsonaro.>
Moro chegou ao prédio da PF por volta das 13h15, mas entrou pelos fundos, frustrando a expectativa dos manifestantes. A chegada inflamou ainda mais os ânimos dos militantes, que na maioria gritou palavras de ordem contra o ex-ministro.>
Desde a manhã, com alguns momentos de tensão entre os dois grupos e ataques contra a imprensa, cerca de 50 manifestantes se aglomeram no local, que também já abrigou a vigília em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto ele estava preso.>
De um carro de som, os militantes pró-governo, mais numerosos, cantaram o hino nacional e gritavam palavras de ordem contra Moro, chamado na maior parte do tempo de traidor. "Não fomos nós, foi você que sujou sua biografia", discursou Marisa Lobo, uma das manifestantes.>
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Abordados pela reportagem da Folha, eles não quiseram dar entrevistas. Há idosos e crianças entre os militantes, que na maioria carrega bandeiras do Brasil e usa camisetas pró-Bolsonaro. Alguns estão sem máscara, equipamento de proteção obrigatório no Paraná para conter o novo coronavírus.>
De outro lado, apoiadores da operação Lava Jato tentam contrapor o discurso majoritário. "Vendiam camisetas do Moro, sobreviviam com a Lava Jato. E foram capazes de ir pra rua queimar a camiseta. Não têm mais moral essas pessoas", criticou a empresária Simone de Araújo. Menos de dez pessoas integram o grupo que usa camisetas e carrega faixas a favor da Lava Jato.>
Simone conta que já fez parte do Acampamento Lava Jato, grupo que agora mudou de nome para apoiar Bolsonaro. "Infelizmente a gente caiu na armadilha de novo. Se não fosse Moro, Bolsonaro não estaria na Presidência, o Lula estaria. Isso os bolsonarianos não reconhecem", diz a empresária.>
Até mesmo um apoiador de Lula queria acompanhar a chegada de Moro à PF. "É a oportunidade de ver ele depor e prestar esclarecimentos ao país, não só em relação a esse episódio da saída do ministério. A divulgação o áudio da presidente Dilma com o Lula foi o estopim de tudo que a gente tá vivendo", afirma Álvaro Faria, servidor público do estado.>
Com uma camiseta com o rosto de ex-presidente, ele foi hostilizado pelos demais manifestantes e acabou deixando o local.>
A imprensa também foi atacada. Um dos manifestantes empurrou a câmera do cinegrafista da RIC, afiliada da rede a Record no Paraná, e iniciou uma confusão. Com um bandeira do Brasil, ele gritava palavras de ordem contra a Rede Globo. Ele foi contido por policiais e deixou o local.>
Depois do episódio, a polícia resolveu separar o espaço em frente ao prédio da PF. De um lado, estão os apoiadores de Moro. De outro, de Bolsonaro. O espaço central ficou com a imprensa.>
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