Publicado em 23 de abril de 2020 às 16:29
Em mais uma medida pró-armamentos, o governo Jair Bolsonaro publicou nesta quinta-feira (23) uma portaria que multiplica a quantidade de munições que cidadãos com porte e posse de arma e agentes de segurança podem adquirir. >
Publicado pelos ministérios da Defesa e da Justiça, a portaria estabelece quantitativos mensais para a compra de munições e diz que eles podem ser acumulados ao longo do ano.>
Pessoas físicas com posse ou porte podem, pelas novas regras, adquirir mensalmente até 300 unidades de munição esportiva calibre 22. O valor vale por cada arma e cai para 200 unidades de munição de caça e esportiva nos calibres 12, 16, 20, 24, 28, 32 e 36, além de 9.1 milímetros.>
Para os demais calibres permitidos, o limite é de 50 unidades para cada mês.>
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As normas para o acesso a munições eram tratadas por uma portaria interministerial de janeiro. Nela, Bolsonaro já havia ampliado o número de munições que uma pessoa poderia adquirir. >
Para as pessoas físicas com autorização, o número máximo de munições, por arma de fogo, era de 200 unidades anuais.>
A nova portaria expande ainda a quantidade de munições que essas forças de segurança podem acessar. Para os demais calibres permitidos, esses agentes passam a poder comprar 100 unidades mensais, além de 50 de calibres restritos.>
Antes, o limite para esses servidores era de 600 (como militares, policiais e guardas municipais) munições por ano.>
O presidente Jair Bolsonaro é um crítico do desarmamento e já editou medidas para facilitar o porte e a posse de armas de fogo.>
Antes do governo Bolsonaro, o limite para munições para cidadãos era de 50 unidades por ano.>
Na semana passada, Bolsonaro revogou três portarias do Exército que estabeleciam regras para rastreamento e identificação de armas de fogo no Brasil. As normas também tratavam da obrigatoriedade de dispositivos de segurança em armas de fogo.>
Para Bruno Langeani, gerente do Instituto Sou da Paz, apenas a expansão dos limites é problemática, mas a situação piora com as revogações da semana assada. >
"A simples explosão no limite é muito preocupante", afirma. "Você esá aumentando esse limite, sem discutir quanta munição um cidadão precisaria por arma e sem ter a contrapartida do controle".>
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