Publicado em 17 de agosto de 2021 às 15:47
O auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) Alexandre Marques afirmou, em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, que o documento apontando uma suposta subnotificação de mortes por covid-19 no Brasil foi apenas interno e não teve validade oficial na Corte de Contas. >
O documento foi usado pelo presidente Jair Bolsonaro no início de junho para questionar o número de óbitos pelo novo coronavírus no país e foi desmentido em seguida pelo próprio tribunal. Aos senadores, o auditor confirmou nesta terça-feira (17) a autoria do conteúdo e disse que seu pai, Ricardo Silva Marques, foi quem encaminhou o levantamento ao presidente Jair Bolsonaro. >
O pai de Alexandre Marques é o coronel da reserva do Exército Ricardo Silva Marques, que foi colega de Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) e ocupa um cargo de gerente da Petrobras. "Em nenhum momento passou pela minha cabeça que ele compartilharia o arquivo com quem quer que fosse", disse o auditor na CPI, que negou ter recebido qualquer vantagem para produzir o documento. >
De acordo com Marques, ele realizou uma pesquisa na internet e verificou que as declarações de óbito poderiam gerar inconsistências nas notificações, informação negada pelo próprio ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, na comissão do Senado. O auditor afirmou que compartilhou um documento para discussão interna com auditores do tribunal no dia 31 de maio, mas não protocolou nenhuma informação no sistema oficial de processos do TCU. >
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"Não afirmei que houve subnotificação, apenas compilei informações para promover um debate junto à equipe da auditoria", afirmou o auditor. "Não era um relatório, era simplesmente um arquivo do Word sem nenhuma oficialidade." Ainda de acordo com ele, a equipe técnica do TCU deu assunto como encerrado e concluiu que seria impossível um "conluio" para subnotificação das mortes por covid-19.>
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