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Câmara pede que STF anule operações da PF em gabinetes de deputados

Câmara pede que STF anule operações da PF em gabinetes de deputados

Devido ao foro privilegiado dos parlamentares, ficou indefinido sobre qual instância deveria ser acionada sobre as buscas nos gabinetes

Publicado em 28 de julho de 2020 às 16:00

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Rodrigo Maia em sessão da Câmara
Rodrigo Maia em sessão da Câmara. (Luis Macedo/Câmara dos Deputados)

A Câmara enviou nesta terça-feira (28) ao STF (Supremo Tribunal Federal) dois pedidos de anulação das buscas e apreensões realizadas pela PF (Polícia Federal) nos gabinetes do deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) e Rejane Dias (PT-PI).

No entendimento da Câmara, as operações colocam "claramente em risco o pleno e regular exercício do mandato". No documento foi solicitado que as investigações, que correm fora do STF, sejam enviadas à corte.

Diferentemente do que aconteceu no Senado, na operação desta segunda, a PF entrou no gabinete da deputada Rejane, após autorização da ministra Rosa Weber.

O pedido encaminhado nesta terça passou pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e é assinado pelo Secretário-Geral da Mesa Adjunto de Coordenação Técnico-Jurídica, Roberto Carlos Martins Pontes.

O secretário-geral pediu para o STF "determinar que, até o julgamento dos embargos, toda e qualquer medida cautelar em sede de jurisdição penal contra membro do Congresso Nacional apenas poderá ser decretada pelo Supremo Tribunal Federal".

OPERAÇÕES NO CONGRESSO

Há uma semana, o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (DEM-AP), agiu para impedir uma busca e apreensão no gabinete do senador José Serra (PSDB-SP). Davi acionou o presidente do STF, Dias Toffoli, para que a ação da Polícia Federal fosse suspensa. O ministro, que atuou na condição de plantonista, cedeu ao pedido e impediu a operação no local.

Na ocasião foram cumpridos quatro mandados de prisão temporária e 15 de busca e apreensão em endereços ligados a Serra e pessoas suspeitas de participarem de um esquema de doações ilegais de campanha.

A decisão de Toffoli jogou luz sobre o debate do alcance do foro privilegiado. Em decisões anteriores, o STF já tinha entendido que o foro só vale para os crimes cometidos no exercício do mandato e em função do cargo, o que não é se encaixa no caso de Serra e de Rejane, por exemplo.

A ação organizada por Alcolumbre colocou a Polícia Legislativa (cuja atuação é exclusiva para as dependências do Congresso) para barrar a PF enquanto Toffoli avaliava o pedido. O entendimento foi que a operação no gabinete só poderia ser autorizada pelo STF, em razão das prerrogativas de foro do senador.

Na decisão, Toffoli considerou que a decisão da 1ª instância era excessivamente genérica e poderia afetar o atual mandato do parlamentar.

O caso de Serra já tramitou no STF e foi remetido à Justiça Eleitora no ano passado. As investigações apontam que o tucano teria recebido R$ 5 milhões em doações ilegais para eleição de 2014, quando assumiu o posto de senador. Ele nega irregularidades.

Sobre a operação contra o governador e a parlamentar do PT, ontem, a presidente da sigla, e deputada federal, Gleisi Hoffmann (PR), condenou a operação contra o governador Wellington Dias e sua esposa e deputada federal, Rejane Dias (PI).

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